Microlente gravitacional utilizada na determinação da forma de uma estrela
2005-06-10
Comparação do achatamento nos pólos da estrela fonte do evento de microlente gravitacional MOA-33 com os resultados recentes para as estrelas Achernar e Altair. Crédito: JBO/Rattenbury et al.
Jodrell Bank Observatory
O observatório de Jodrell Bank pertence ao Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Está localizado nas planícies do Cheshire, em Macclesfield, perto da cidade de Manchester. Trata-se de um observatório dedicado à radioastronomia, cuja história começa em 1945 quando Sir Bernard Lovell foi para a Universidade de Manchester para observar raios cósmicos. O principal telescópio deste observatório, o telescópio Lovell, é o terceiro maior radiotelescópio manobrável do mundo, com um diâmetro de 74 m.
, Reino Unido), utilizou, pela primeira vez, o fenómeno de microlente gravitacionalO observatório de Jodrell Bank pertence ao Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Está localizado nas planícies do Cheshire, em Macclesfield, perto da cidade de Manchester. Trata-se de um observatório dedicado à radioastronomia, cuja história começa em 1945 quando Sir Bernard Lovell foi para a Universidade de Manchester para observar raios cósmicos. O principal telescópio deste observatório, o telescópio Lovell, é o terceiro maior radiotelescópio manobrável do mundo, com um diâmetro de 74 m.
efeito de microlente gravitacional
O efeito de microlente gravitacional é um caso particular do efeito de lente gravitacional - a deflexão da luz provocada pelo campo gravitacional de um objecto com massa que se encontra entre o observador e a fonte de luz. Chama-se microlente gravitacional quando não há distorção na imagem da fonte de luz, mas esta aumenta o seu brilho. Por exemplo, se uma pequena estrela próxima de nós passar exactamente entre nós e uma outra estrela mais distante, o campo gravitacional da estrela mais próxima actua como uma microlente e foca a luz da estrela mais distante, aumentando o seu brilho.
para determinar a forma de uma estrelaO efeito de microlente gravitacional é um caso particular do efeito de lente gravitacional - a deflexão da luz provocada pelo campo gravitacional de um objecto com massa que se encontra entre o observador e a fonte de luz. Chama-se microlente gravitacional quando não há distorção na imagem da fonte de luz, mas esta aumenta o seu brilho. Por exemplo, se uma pequena estrela próxima de nós passar exactamente entre nós e uma outra estrela mais distante, o campo gravitacional da estrela mais próxima actua como uma microlente e foca a luz da estrela mais distante, aumentando o seu brilho.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
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Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
Para nós, a maioria das estrelas aparece-nos como pontos, devido à distância a que se encontram. Embora o progresso em interferometria
interferometria
A interferometria é uma técnica de observação baseada em padrões de interferência causados pela combinação de ondas electromagnéticas: quando duas ondas estão em fase, o sinal é mais forte e diz-se que a interferência é construtiva; quando as duas ondas estão exactamente fora de fase, a interferência é destrutiva e não há sinal.
óptica já nos tenha possibilitado a medição da forma de algumas estrelas, as observações são difíceis e até hoje só se realizaram para um reduzido número de estrelas.
A interferometria é uma técnica de observação baseada em padrões de interferência causados pela combinação de ondas electromagnéticas: quando duas ondas estão em fase, o sinal é mais forte e diz-se que a interferência é construtiva; quando as duas ondas estão exactamente fora de fase, a interferência é destrutiva e não há sinal.
O fenómeno de lente gravitacional
efeito de lente gravitacional
O efeito de lente gravitacional consiste na deflexão da luz provocada pelo campo gravitacional muito forte de um objecto que se encontra entre o observador e a fonte de luz. Por exemplo, uma galáxia, ou um enxame de galáxias, que se encontre entre nós e um objecto astronómico muito distante, como um quasar, pode actuar como uma lente gravitacional. Tipicamente, o efeito de lente gravitacional faz com que se observe, numa única fotografia, mais do que uma imagem do mesmo objecto.
acontece quando, estando um observador, um objecto de massaO efeito de lente gravitacional consiste na deflexão da luz provocada pelo campo gravitacional muito forte de um objecto que se encontra entre o observador e a fonte de luz. Por exemplo, uma galáxia, ou um enxame de galáxias, que se encontre entre nós e um objecto astronómico muito distante, como um quasar, pode actuar como uma lente gravitacional. Tipicamente, o efeito de lente gravitacional faz com que se observe, numa única fotografia, mais do que uma imagem do mesmo objecto.
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
elevada e uma fonte de luz alinhados, a luz proveniente da fonte é deflectida pelo objecto de massa elevada de forma que o observador detecta uma imagem da fonte alterada. No caso particular de microlentes gravitacionais, o objecto de massa elevada, que serve de lente, não tem massa suficiente para distorcer a imagem ao ponto de a separar em várias imagens do mesmo objecto, de forma que o seu efeito é o de aumentar o brilhoA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
brilho
O brilho de um astro refere-se à quantidade de luz que dele provém, ou seja, a quantidade de energia por ele emitida por unidade de área por unidade de tempo. Dado que o brilho observado, ou medido, depende da distância ao objecto, distingue-se o brilho aparente (quando medido a uma determinada distância), do brilho intrínseco (conceptualmente medido na supefície do próprio astro).
da fonte de radiaçãoO brilho de um astro refere-se à quantidade de luz que dele provém, ou seja, a quantidade de energia por ele emitida por unidade de área por unidade de tempo. Dado que o brilho observado, ou medido, depende da distância ao objecto, distingue-se o brilho aparente (quando medido a uma determinada distância), do brilho intrínseco (conceptualmente medido na supefície do próprio astro).
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
distante. Em alguns casos, o efeito de microlente pode aumentar o brilho da fonte por um factor de 1000.
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
O alinhamento da Terra, lente (objecto de massa elevada) e fonte (estrela de fundo, por exemplo) necessário para produzir o efeito de microlente gravitacional é extremamente raro, e como as estrelas estão em movimento, o fenómeno é transitório – tem uma duração típica de algumas semanas ou meses. Para detectar estes eventos são necessários levantamentos observacionais de longa duração. O Microlensing Observations in Astrophysics (MOA), uma colaboração do Japão e da Nova Zelândia, é um desses programas.
O evento de microlente MOA-2002-BLG-33 deveu-se a uma estrela binária actuar como microlente de uma estrela de fundo. Este tipo de sistema de lentes produz curvas de luz que dão informação tanto sobre o objecto que serve de microlente (o sistema binário), como sobre a fonte (estrela de fundo). A geometria especial do observador–lente-fonte durante o evento MOA-33 fez com que a imagem da estrela de fundo, que se vai alterando com o tempo, fosse muito sensível à própria forma da estrela. A introdução de parâmetros que descrevem a forma da estrela de fundo na análise do evento permitiu determinar a sua forma. Os investigadores estimaram que esta é ligeiramente alongada, com uma razão entre o raio polar e o raio equatorial de 1.02 –0.02/+0.04. Dadas as incertezas das medições, a forma circular não está completamente excluída.
A estrela de fundo deste evento de microlente gravitacional encontra-se a cerca de 5000 parsecs
parsec (pc)
O parsec (pc) é uma unidade de distância que equivale à distância a que nos teríamos de colocar para ver a distância Terra-Sol com uma separação angular igual a 1 segundo de arco. 1 parsec = 3,0856x1013 km = 206264,81 unidades astronómicas = 3,26 anos-luz.
. Esta é uma das vantagens na utilização de microlentes gravitacionais para medir a forma das estrelas – é que por interferometria óptica, só se consegue medir estrelas brilhantes que se encontram a poucos parsecs de nós. Infelizmente, esta técnica requer uma configuração muito específica e rara. A partir de considerações estatísticas, os investigadores estimaram que cerca de 0,1% de todos os eventos de microlentes terão esta configuração. Por ano, observam-se perto de 1000 eventos de microlentes gravitacionais.
O parsec (pc) é uma unidade de distância que equivale à distância a que nos teríamos de colocar para ver a distância Terra-Sol com uma separação angular igual a 1 segundo de arco. 1 parsec = 3,0856x1013 km = 206264,81 unidades astronómicas = 3,26 anos-luz.
Fonte da notícia: http://www.jb.man.ac.uk/news/starshape/