Voyager 1 alcança última fronteira do Sistema Solar
2005-06-02
Esquema dos locais onde se encontram as sondas Voyager 1 e 2, nos limites do Sistema Solar. A Voyager 1 já atravessou o choque de terminação, encontrando-se agora na região onde o gás interestelar e o vento solar se misturam (heliosheath), região que antecede a heliopausa, onde a influência do Sol não se faz sentir. Crédito: NASA/Walt Feimer.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
) é o objecto feito pelo Homem que mais longe se encontra do SolEntidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
. Os cientistas acreditam que a sonda entrou na última fronteira do Sistema SolarO Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
, a vasta região turbulenta onde a influência do Sol vai acabando e o vento solarO Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
vento solar
O vento solar é um vento contínuo de plasma quente que tem origem na coroa solar e preenche o espaço interplanetário do Sistema Solar. A 1 UA do Sol (ou seja, à distância da Terra ao Sol), a velocidade do vento solar é de cerca de 450 km/s e a densidade é aproximadamente 7 protões/cm3. O vento solar confina o campo magnético da Terra e é responsável por fenómenos como tempestades geomagnéticas e auroras. O Sol ejecta cerca de 10-13 da sua massa por ano via vento solar.
choca com o gás pouco denso que constitui o meio interestelarO vento solar é um vento contínuo de plasma quente que tem origem na coroa solar e preenche o espaço interplanetário do Sistema Solar. A 1 UA do Sol (ou seja, à distância da Terra ao Sol), a velocidade do vento solar é de cerca de 450 km/s e a densidade é aproximadamente 7 protões/cm3. O vento solar confina o campo magnético da Terra e é responsável por fenómenos como tempestades geomagnéticas e auroras. O Sol ejecta cerca de 10-13 da sua massa por ano via vento solar.
meio interestelar
O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
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O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
Em Novembro de 2003, a equipa da Voyager anunciou que a Voyager 1 estava a aproximar-se de uma região estranha no espaço, provavelmente o começo da chamada região do choque de terminação. Esta afirmação recebeu fortes críticas e levou a um aceso debate sobre se realmente estava a entrar nessa região, ou se não estaria simplesmente a chegar próximo.
O choque de terminação é a região na qual o vento solar, constituído por gás pouco denso e electricamente carregado, diminui bruscamente a sua velocidade (tipicamente entre 300 e 700 km/s) devido à pressão do gás interestelar
gás interestelar
O gás interestelar é constituído pelos átomos, moléculas e iões de elementos, ou substâncias, gasosas presentes no meio interestelar.
, e torna-se mais denso e quente. A equipa acredita que a Voyager 1, a aproximadamente 14 mil milhões de quilómetros do Sol, entrou finalmente na região heliosheath, que é a região depois da terminação do choque e antes da heliopausa, onde a influência do Sol já não chega.
O gás interestelar é constituído pelos átomos, moléculas e iões de elementos, ou substâncias, gasosas presentes no meio interestelar.
A localização do choque de terminação foi difícil de prever pois não se conhecem as condições físicas exactas no espaço interestelar. O facto das alterações na velocidade e na pressão do vento solar causarem a expansão, contracção e enrugamento do choque de terminação também não facilita os cálculos.
A prova mais persuasiva de que a Voyager 1 atravessou realmente a região do choque de terminação é a sua medição de um súbito aumento da intensidade do campo magnético
campo magnético
O campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
do vento solar e o decréscimo inferido na sua velocidade. Fisicamente, é o que se espera que aconteça quando o vento solar abranda no choque de terminação. De facto, em Dezembro de 2004, os dois magnetómetros da Voyager 1 registaram um aumento da intensidade do campo magnético, por um factor de 2,5. Desde Dezembro, o campo magnético permaneceu nestes níveis elevados.
O campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
A Voyager 1 também observou um aumento no número de electrões
electrão
Partícula elementar pertencente à família dos leptões - partículas sujeitas à interacção nuclear fraca, electromagnética e gravitacional. Os electrões possuem carga eléctrica negativa e encontram-se nos átomos de todos os elementos químicos, orbitando à volta do núcleo atómico, que possui carga eléctrica positiva.
e iõesPartícula elementar pertencente à família dos leptões - partículas sujeitas à interacção nuclear fraca, electromagnética e gravitacional. Os electrões possuem carga eléctrica negativa e encontram-se nos átomos de todos os elementos químicos, orbitando à volta do núcleo atómico, que possui carga eléctrica positiva.
ião
Átomo ou molécula que perdeu ou ganhou um ou mais electrões.
de alta velocidade e uma explosão de ruído da onda de plasmaÁtomo ou molécula que perdeu ou ganhou um ou mais electrões.
plasma
O plasma é um gás completamente ionizado, em que a temperatura é demasiado elevada para que os átomos existam como tal, sendo composto por electrões e núcleos atómicos livres. É chamado o quarto estado da matéria, para além do sólido, líquido e gasoso.
antes do choque. Isto esperar-se-ia se a Voyager 1 ultrapassasse o choque de terminação. O choque acelera naturalmente as partículas electricamente carregadas, fazendo com que estas andem para a frente e para trás, entre os ventos mais rápidos e os ventos mais lentos que se fazem sentir nos lados opostos do choque; estas partículas geram ondas de plasma.
O plasma é um gás completamente ionizado, em que a temperatura é demasiado elevada para que os átomos existam como tal, sendo composto por electrões e núcleos atómicos livres. É chamado o quarto estado da matéria, para além do sólido, líquido e gasoso.
Para as suas missões inicias a Júpiter
Júpiter
Júpiter é o quinto planeta mais próximo do Sol. Com um diâmetro cerca de 11 vezes maior do que a Terra e uma massa mais de 300 vezes superior, é o maior planeta do Sistema Solar e o primeiro dos planetas gigantes gasosos.
e SaturnoJúpiter é o quinto planeta mais próximo do Sol. Com um diâmetro cerca de 11 vezes maior do que a Terra e uma massa mais de 300 vezes superior, é o maior planeta do Sistema Solar e o primeiro dos planetas gigantes gasosos.
Saturno
Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. Com um diâmetro cerca de 10 vezes o da Terra, é o segundo maior planeta do Sistema Solar. A sua característica mais marcante são os belos anéis que o rodeiam.
, a Voyager 1 e a sua irmã Voyager 2 estavam destinadas a regiões do espaço longe do Sol, onde painéis solares não seriam úteis. Assim, cada uma foi equipada com três geradores termoeléctricos de radioisótoposSaturno é o sexto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. Com um diâmetro cerca de 10 vezes o da Terra, é o segundo maior planeta do Sistema Solar. A sua característica mais marcante são os belos anéis que o rodeiam.
radioisótopo
Isótopo instável, natural ou criado artificialmente, cujo núcleo decai emitindo partículas (alfa ou beta) ou radiação (gama), até se transformar num núcleo estável, não radioactivo, de outro elemento químico.
que produzem energia eléctrica para os sistemas da sonda e para os seus instrumentos. Vinte sete anos depois, estes ainda operam com a energia gerada pelo decaimento natural do dióxido de plutónio e espera-se que continuem a produzir energia até 2020.
Isótopo instável, natural ou criado artificialmente, cujo núcleo decai emitindo partículas (alfa ou beta) ou radiação (gama), até se transformar num núcleo estável, não radioactivo, de outro elemento químico.
Fonte da notícia: http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2005-084
Mais informação sobre as sondas Voyager: http://voyager.jpl.nasa.gov/