As galáxias congregam-se muitas vezes para formar enxames de galáxias. Estes enxames possuem dezenas e centenas de galáxias e são os maiores objectos astronómicos que se conhecem no Universo. Saber como eles se formam pode ser a chave para compreender o passado e o futuro do Universo.

Para que se possa estudar a forma como o Universo tem mudado, em larga escala, no espaço e no tempo, é essencial observar em profundidade uma extensa área do céu. Através do telescópio Subaru (NAOJ), os cientistas estão a investigar, em vários comprimentos de onda, o chamado Subaru - XMM Deep Survey Field (SXDS), uma área de aproximadamente um grau quadrado no céu, na direcção da constelação da Baleia.

Com o intuito de perceber a origem dos enxames de galáxias, Masami Ouchi, do Space Telescope Science Institute (EUA), decidiu estudar como as galáxias, a aproximadamente 12,7 mil milhões de anos-luz de distância, estavam distribuídas no SXDS. Usando a cor das galáxias como guia para a sua distância, Ouchi e os seus colaboradores encontraram 515 galáxias, num volume de 500 milhões de anos-luz de altura e largura e 100 milhões de anos-luz de profundidade.

O mapa obtido para a densidade de galáxias encontradas neste volume representa a estrutura física do Universo, às maiores distâncias e nos tempos mais longínquos que os astrónomos têm sido capazes de observar até à data. Na parte inferior deste mapa, os investigadores descobriram uma concentração de galáxias que não pode ser explicada pelo acaso. Obtendo estimativas precisas das distâncias a estas galáxias utilizando o FOCAS (Subaru’s Faint Object Camera and Spectrograph), foi possível confirmar que havia seis galáxias, concentradas num pequeno volume de apenas 3 milhões de anos-luz de diâmetro, formando um enxame.

O enxame possui algumas propriedades que revelam a sua tenra idade. Tem massa uma centena de vezes menor que os enxames actuais e tem significativamente menos membros. No entanto, as suas galáxias produzem estrelas a uma taxa 100 vezes superior às das galáxias que estão fora do enxame.

Este enxame tão jovem pertence a um tempo em que o Universo tinha apenas mil milhões de anos - os enxames que tinham sido anteriormente descobertos pertenciam a um Universo com mil e quinhentos milhões de anos. O seu retrato preenche um importante vazio no conhecimento dos primeiros tempos do Universo, quando as estrelas, as galáxias e os enxames se começaram a formar.

As teorias cosmológicas que existem postulam que as estruturas de menor massa se formaram primeiro e que depois cresceram para estruturas maiores. O resultado obtido parece contradizer a teoria, mas o verdadeiro desafio, para esta equipa de investigadores, é o de entender de que forma a distribuição da matéria visível, como as galáxias, se correlaciona com a distribuição da massa em geral.

Estes resultados, obtidos por uma equipa da Universidade de Tóquio (Japão) e do Observatório Astronómico Nacional do Japão - NAOJ, foram publicados na revista científica Astrophysical Journal, a 10 de Fevereiro de 2005.

Fonte da notícia: http://subarutelescope.org/Pressrelease/2005/02/16/index.html