Continuam as aventuras dos rovers da NASA em Marte

2005-01-06

Em cima: Rocha examinada pelo espectrómetro de emissão térmico do Spirit e à qual foi dado o nome de Wishstone. Os dados obtidos indicam que a mineralogia das rochas desta área é diferente da das outras, anteriormente encontradas, quer nas planícies, quer na base das colinas Columbia, existentes na cratera Gusev. Crédito: NASA/JPL/Cornell. Em baixo: Pormenor de uma imagem de alta resolução obtida em Março de 2004 pelo Opportunity, através de uma câmara panorâmica, mostrando a superfície coberta de rochas perto do local de aterragem deste robô. Crédito: NASA/JPL/Cornell.
Os rovers gémeos da NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
, Spirit e Opportinity, continuam a dar provas de resistência sobre a superfície de Marte
Marte
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
. Em Abril de 2004, após terem completado com sucesso os três primeiros meses de missão, já surpreendiam os seus construtores pela forma como continuavam a operar em boas condições. Passado um ano sobre a data em que o Spirit «pisou» Marte e mais de 11 meses depois do Opportunity ter conseguido o mesmo feito, os cientistas falam de «longevidade não antecipada» e consideram que este facto está a permitir aos rovers alcançarem destinos adicionais que, dia-a-dia, vão contribuindo para novas descobertas de grande importância.

Segundo o Dr. Charles Elachi, director do Jet Propulsion Laboratory da NASA, o sucesso destes dois rovers é também um tributo ao talento de centenas de mulheres e homens que aplicaram o seu conhecimento e o seu trabalho neste grande esforço de equipa.

O Opportunity tem explorado uma região chamada Meridiani Planum. O exame de uma série de rochas, que preservam características relacionadas com as condições ambientais existentes no passado de Marte, permite calcular que a água líquida esteve presente de forma intermitente nesta região. Em algumas alturas terá mesmo saturado a sub-superfície. Como a água líquida é um pré requisito para a vida, os cientistas inferem condições que indicam que a região pode ter sido habitável durante um determinado período de tempo.

O Opportunity dirige-se agora para o escudo protector que o resguardou do calor
calor
O calor é energia em trânsito entre dois corpos ou sistemas.
durante a descida através da atmosfera
atmosfera
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
marciana. Os especialistas esperam poder determinar até que ponto a fricção atmosférica queimou a camada protectora, para que os futuros processos de aterragem na superfície de outros planetas
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
possam ser melhorados.

O Spirit tem vindo a explorar as colinas Columbia dentro da cratera Gusev, onde aterrou - pensa-se que esta cratera poderá ter sido um antigo lago marciano. Em Dezembro passado foi descoberto um novo tipo de rochas nesta colinas, de características diferentes de todas as que tinham sido anteriormente descobertas. Trata-se de rochas com textura misturada, às quais foram dados nomes como Wishstone (pedra do desejo) e Wishing Well (poço dos desejos), que parecem ser o produto de uma explosão, talvez um vulcão ou um impacto de meteoro, e que são mais ricas em fósforo que quaisquer outras encontradas em Marte. Sabe-se que a criação de fosfatos envolve, determinadas vezes, a existência de água, outras não. A descoberta de mais rochas deste tipo permitirá talvez perceber qual das duas hipóteses é, neste caso, a correcta.

Marte incita-nos a explorar os seus mistérios. De todos os planetas que nos estão próximos, Marte é o mais parecido com a Terra. Os rovers Spirit e Opportunity, percorrendo a sua superfície e investigando as rochas que a compõem, têm contribuído imenso para o avanço do nosso conhecimento acerca deste planeta.

Os cientistas pretendem continuar a explorar Marte, com robôs e, no futuro, se possível, com seres humanos. A próxima missão da NASA a Marte será a Mars Reconnaissance Orbiter e deverá ser lançada em Agosto de 2005.

Fonte da Notícia: http://www.nasa.gov/vision/universe/solarsystem/mer-010305.html