Uma nova visão da nebulosa da Hélice
2005-01-04
A nebulosa da Hélice. A imagem de cima é uma composição de observações realizadas pelo Telescópio Espacial Hubble e pelo telescópio de 4 m do CTIO. As observações revelaram que a nebulosa planetária possui dois discos perpendiculares um ao outro. Em baixo, uma ilustração da nebulosa da Hélice vista de lado, obtida através de um modelo tridimensional que os astrónomos construíram para esta nebulosa e que tem em conta a existência de dois discos gasosos. Crédito: NASA, ESA, C.R. O\'Dell (Vanderbilt University), and M. Meixner, P. McCullough, and G. Bacon (Space Telescope Science Institute).
nebulosa
Uma nebulosa é uma nuvem de gás e poeira interestelares.
da Hélice é uma das nebulosas planetáriasUma nebulosa é uma nuvem de gás e poeira interestelares.
nebulosa planetária
As nebulosas planetárias são nebulosas formadas por camadas de gás expelido por estrelas de pequena massa, que terminaram a sua fase de estrela gigante vermelha e se encontram no fim da sua vida. No centro da nebulosa planetária, a estrela transforma-se numa anã branca quente e é a radiação que emite que faz a nebulosa brilhar. As nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas, mas obtiveram o seu nome porque quando observadas através de um pequeno telescópio, se assemelham a um disco de um planeta.
mais próximas de nós, mas encontra-se suficientemente longe para que não se veja a sua estrutura tridimensional. Até agora, os astrónomos acreditavam que a sua forma era a de um disco achatado, constituído por diferentes camadas de gás, resultantes da ejecção de matéria pela estrelaAs nebulosas planetárias são nebulosas formadas por camadas de gás expelido por estrelas de pequena massa, que terminaram a sua fase de estrela gigante vermelha e se encontram no fim da sua vida. No centro da nebulosa planetária, a estrela transforma-se numa anã branca quente e é a radiação que emite que faz a nebulosa brilhar. As nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas, mas obtiveram o seu nome porque quando observadas através de um pequeno telescópio, se assemelham a um disco de um planeta.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
central moribunda, uma anã brancaUma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
anã branca
Uma anã branca, sendo o núcleo exposto de uma gigante vermelha, é uma estrela degenerada muito densa na qual se encontra esgotada qualquer fonte de energia termonuclear. As anãs brancas, que constituem uma fase final da evolução das estrelas de pequena massa, representam cerca de 10 % das estrelas da nossa galáxia, e são por isso muito comuns. O nosso Sol passará um dia pela fase de anã branca, altura em que terá um diâmetro de apenas 10 000 km.
quente. Novas observações revelaram que a nebulosa da Hélice apresenta uma estrutura muito mais complexa.
Uma anã branca, sendo o núcleo exposto de uma gigante vermelha, é uma estrela degenerada muito densa na qual se encontra esgotada qualquer fonte de energia termonuclear. As anãs brancas, que constituem uma fase final da evolução das estrelas de pequena massa, representam cerca de 10 % das estrelas da nossa galáxia, e são por isso muito comuns. O nosso Sol passará um dia pela fase de anã branca, altura em que terá um diâmetro de apenas 10 000 km.
Uma equipa de astrónomos, liderada por C. O’Dell (Universidade de Vanderbilt, EUA), realizou um estudo desta nebulosa com base em imagens do Telescópio Espacial Hubble
Hubble Space Telescope (HST)
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
(NASAO Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
/ESAEntidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
) e de vários radiotelescópios e telescópios ópticos terrestres, que mostram a velocidade e a direcção dos fluxos de material ejectado pela estrela central moribunda. Este estudo encontra-se publicado na revista científica Astronomical Journal.
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
Agora os astrónomos aperceberam-se que, afinal, o disco que viam anteriormente é apenas o interior de uma estrutura de maior dimensão. Um segundo disco, de diâmetro muito maior e em forma de anel achatado, está orientado quase perpendicularmente ao disco menor. Um dos lados do disco maior é mais brilhante devido ao facto de estar a embater no meio interstelar
meio interestelar
O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
à medida que a nebulosa se move no espaço – a colisão com o material interstelar faz com que o gás do disco seja comprimido e brilhe.
O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
Foi com surpresa que os astrónomos concluíram que a estrela moribunda expeliu o seu material para dois discos e não para um só. Cada disco tem um pólo norte-sul e o material está a ser ejectado ao longo desses eixos. Utilizando os dados da nebulosa, os astrónomos construíram um modelo tridimensional com dois eixos de simetria, que mostra a estrutura complexa que esta nebulosa apresenta.
Falta ainda explicar porque se formaram dois discos e porque é que estes são quase perpendiculares um ao outro. Um cenário possível e baseado em observações de raios-X
raios-X
A radiação X é a radiação electromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X tambêm são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.
é o da estrela moribunda ter uma companheira próxima, de forma que um dos discos poderá ser perpendicular ao eixo de rotação da estrela moribunda e o outro poderá estar no plano orbital das duas estrelas.
A radiação X é a radiação electromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X tambêm são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.
As observações indicam que os discos formaram-se em duas épocas distintas. O disco mais interior formou-se há cerca de 6600 anos e o disco maior, há cerca de 12000 anos. O disco interior está a expandir-se a uma velocidade maior do que o exterior.
Fonte da notícia: http://hubblesite.org/newscenter/newsdesk/archive/releases/2004/32/text/