Probabilidade de colisão do asteróide 2004 MN4 com a Terra em 2029 é nula

2004-12-29

Diagrama que mostra a aproximação do asteróide 2004 MN4 à Terra em 2029. A ponta do traço azul mais próxima da Terra representa a posição mais provável do asteróide a 13 de Abril de 2029, e o traço branco, perpendicular ao azul, representa as posições alternativas para o asteróide nessa data. Em nenhum caso o asteróide colide com a Terra. Crédito: Paul Chodas/NASA/JPL.
A 23 de Dezembro, foi anunciada a monitorização de um asteróide
asteróide
Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
de 400 metros de diâmetro que apresentava, segundo os cálculos possíveis na altura, uma probabilidade de 0,3% de colisão com a Terra no dia 13 de Abril de 2029. Este asteróide, de nome 2004 MN4, foi o primeiro a atingir o nível 2 na Escala de Torino, que tem 10 níveis e categoriza o perigo associado a asteróides e cometas
cometa
Os cometas são pequenos corpos irregulares, compostos por gelos (de água e outros) e poeiras. Os cometas têm órbitas de grande excentricidade à volta do Sol. As estruturas mais importantes dos cometas são o núcleo, a cabeleira e as caudas.
. No dia seguinte, e após mais observações, a probabilidade de impacto aumentou para 1,6%, elevando o risco para o nível 4 da Escala de Torino. A 27 de Dezembro, a probabilidade de colisão chegou mesmo a 2,7%. Mas agora, a identificação deste asteróide em imagens de arquivo anteriores à sua descoberta permitiu determinar com maior precisão a órbita
órbita
A órbita de um corpo em movimento é a trajectória que o corpo percorre no espaço.
deste asteróide e anulou qualquer possibilidade de 2004 MN4 colidir com a Terra em 2029.

O asteróide 2004 MN4 foi descoberto a 19 de Junho de 2004 por uma equipa do levantamento de asteróides da Universidade do Havai UHAS - University of Hawaii Asteroid Survey, financiado pela NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
. A 18 de Dezembro, o objecto foi “redescoberto” no âmbito do levantamento australiano de objectos próximos da Terra SSS - Siding Spring Survey (Universidade Nacional Australiana e Universidade do Arizona), também financiado pela NASA. Seguiram-se observações em todo o mundo que permitiram confirmar a relação entre a descoberta de Junho e este asteróide. Nesta altura, a possibilidade do asteróide 2004 MN4 colidir com a Terra foi automaticamente detectada pelos sistemas SENTRY (NASA), NEODyS (Universidade de Pisa, Itália) e pela Universidade de Valladolid (Espanha).

Durante a última semana, realizaram-se diversos esforços independentes para identificar o astreróide 2004 MN4 em observações anteriores à sua descoberta. O esforço compensou quando J. Larsen e A. Descour, do Spacewatch Observatory (Arizona, EUA), conseguiram identificar o asteróide em imagens muito pouco brilhantes obtidas a 15 de Março de 2004. O intervalo de tempo de observações deste asteróide aumentou assim em 3 meses, permitindo um grande melhoramento nos cálculos da sua órbita. Quando estas observações adicionais foram utilizadas para determinar a órbita do asteróide 2004 MN4, as incertezas relacionadas com as futuras posições do asteróide no espaço foram reduzidas até ao ponto de nenhuma das trajectórias possíveis o levarem a um impacto com a Terra, ou com a Lua
Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra.
, em 2029.

Na imagem que acompanha este texto, a trajectória mais provável do asteróide 2004 MN4 em 2029 é apresentada pelo traço azul, sendo a ponta deste traço, perto da Terra, a posição mais provável para o asteróide no dia 13 de Abril de 2029. Contudo, porque a posição do asteróide no espaço não é ainda perfeitamente conhecida, posições alternativas para o asteróide nessa data formam o risco branco perpendicular ao traço azul. Como se pode ver, nenhuma destas posições toca na Terra, o que implica que a possibilidade de um impacto com a Terra em 2029 é nula.

A aproximação do asteróide à Terra em 2029 alterará a sua trajectória subsequente. A actual análise de riscos para este asteróide indica que não haverá encontros futuros com a Terra que valham qualquer preocupação.

Fonte da notícia: http://neo.jpl.nasa.gov/news/news148.html