O Telescópio Subaru obteve, utilizando o sistema de óptica adaptativa, uma imagem em infravermelho próximo de uma estrela no fim da sua vida. BD +303639 é uma nebulosa planetária, semelhante à nebulosa do Anel (na constelação da Lira). Encontra-se a cerca de cinco mil anos-luz da Terra, na direcção da constelação do Cisne. A superfície da estrela central da nebulosa atinge uma temperatura de quarenta e dois mil graus kelvin e brilha cinquenta vezes mais do que o nosso Sol.

No fim das suas vidas, estrelas de pouca massa, como o nosso Sol, libertam as suas camadas mais externas, levando à acumulação de poeira e gás à volta da estrela. BD +303639 desfez-se das suas camadas mais superficiais há novecentos anos. Este material, cuja massa totaliza quase um quarto da massa do Sol, formou uma camada à volta da estrela, com uma extensão mais de cem vezes a do nosso Sistema Solar. A estrela central ilumina essa camada de gás e poeira.

Numa imagem de luz visível, só se vê a radiação da estrela central que a poeira dispersa. Mas no infravermelho próximo, também se observa a luz emitida pela própria poeira. A nitidez da imagem obtida pelo Telescópio Subaru deve-se, em grande parte, à utilização do sistema de óptica adaptativa, que elimina o efeito negativo da turbulência da atmosfera na imagem.

O espectro da estrela central, obtido pelo espectógrafo de alta dispersão do Telescópio Subaru, indica que a estrela está a gerar, à sua superfície, grandes quantidades de carbono. Este carbono é um provável elemento químico da poeira que envolve a estrela.

Expelir as camadas mais externas faz parte da vida das estrelas. Apesar dos astrónomos frequentemente estudarem o gás e a poeira à volta de estrelas de diferentes idades e tipos, só agora se conseguem observar detalhadamente as suas estruturas, tal como as que se vêem em BD +303639.

Fonte da notícia: http://subarutelescope.org/Pressrelease/2004/12/15/index.html