Subaru testemunha canibalismo galáctico em acção
2004-11-29
Imagem obtida pelo Telescópio Subaru testemunha canibalismo galáctico. A galáxia elíptica gigante, à esquerda, é COSMOS J100003+020146 e a pequena galáxia anã, que lhe está ligada por uma ténue faixa de estrelas, é COSMOS J095959+020206; uma segunda “cauda” de estrelas sai da galáxia anã para o lado oposto da galáxia elíptica, também resultante do efeito da gravidade da galáxia elíptica na galáxia anã. Crédito: Subaru Telescope/NAOJ/Y. Taniguchi (Univ. Tohoku) et al. 2004.
Subaru Telescope
O Telescópio Subaru é um telescópio óptico e de infravermelhos, com um espelho de 8,2 m de diâmetro. O Subaru encontra-se no Observatório de Mauna Kea, no Havai, e é operado pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão – NAOJ e pelo Instituto Nacional de Ciências Naturais.
testemunhou uma galáxiaO Telescópio Subaru é um telescópio óptico e de infravermelhos, com um espelho de 8,2 m de diâmetro. O Subaru encontra-se no Observatório de Mauna Kea, no Havai, e é operado pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão – NAOJ e pelo Instituto Nacional de Ciências Naturais.
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
grande a devorar uma pequena galáxia sua companheira. A evidência do acto consiste numa banda de estrelasUm vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
que se estende por mais de 500 anos-luzUma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
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O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
As actuais teorias de formação de estrelas sugerem que as grandes galáxias, como a nossa Via Láctea
Via Láctea
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
, crescem alimentando-se de pequenas galáxias anãs. Como evidência destas teorias, encontramos, por exemplo, algumas estrelas da nossa Galáxia que parecem ter pertencido, em tempos, a uma pequena galáxia companheira da Via Láctea, a galáxia anã do Sagitário. A galáxia de AndrómedaA Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
M31 (NGC 224) - Galáxia de Andrómeda
M31 é a galáxia de Andrómeda, a maior galáxia do chamado Grupo Local de galáxias. É uma galáxia espiral gigante, situada a uma distância de 2,4 milhões de anos-luz.
, nossa vizinha, também apresenta algumas evidências de um passado de canibalismo. Contudo, estes são exemplos de conclusões inferidas a partir de observações pós-digestivas.
M31 é a galáxia de Andrómeda, a maior galáxia do chamado Grupo Local de galáxias. É uma galáxia espiral gigante, situada a uma distância de 2,4 milhões de anos-luz.
A destruição das galáxias anãs por acção de uma galáxia maior é difícil de observar no acto porque as galáxias anãs são, inerentemente, de fraco brilho
brilho
O brilho de um astro refere-se à quantidade de luz que dele provém, ou seja, a quantidade de energia por ele emitida por unidade de área por unidade de tempo. Dado que o brilho observado, ou medido, depende da distância ao objecto, distingue-se o brilho aparente (quando medido a uma determinada distância), do brilho intrínseco (conceptualmente medido na supefície do próprio astro).
e a sua luz torna-se cada vez mais difusa à medida que as suas estrelas são arrancadas pela galáxia maior. A única observação prévia de uma galáxia anã no processo de ser desfeita por uma galáxia grande foi obtida pela câmara ACS do Telescópio Espacial HubbleO brilho de um astro refere-se à quantidade de luz que dele provém, ou seja, a quantidade de energia por ele emitida por unidade de área por unidade de tempo. Dado que o brilho observado, ou medido, depende da distância ao objecto, distingue-se o brilho aparente (quando medido a uma determinada distância), do brilho intrínseco (conceptualmente medido na supefície do próprio astro).
Hubble Space Telescope (HST)
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
(NASAO Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
/ESAEntidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
).
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
A descoberta fortuita da galáxia elíptica COSMOS J100003+020146 a desfazer a galáxia anã COSMOS J095959+020206 deu-se quando a equipa liderada por Y. Taniguchi (Universidade de Tohoku, Japão) estava a observar uma área do céu na constelação
constelação
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
do Sextante, com o objectivo de estudar as propriedades das galáxias em larga escala no espaço e no tempo. O par de galáxias descoberto encontra-se a cerca de mil milhões de anos-luz e a distância entre as duas galáxias é, aproximadamente, 330 mil anos-luz.
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
Duas bandas estreitas de estrelas estendem-se a partir da galáxia anã: uma, na direcção da grande galáxia elíptica e outra, na direcção oposta. São estas bandas que revelam que a gravidade da galáxia elíptica está a desfazer a galáxia anã. As estrelas da galáxia anã que se encontram mais próximas da galáxia elíptica sentem uma força de maré maior do que as estrelas no centro da galáxia anã, e as estrelas no extremo oposto experimentam uma força ainda menor. Como resultado, a galáxia anã vai sendo esticada e parece que é puxada em duas direcções opostas, apesar de apenas uma galáxia estar a exercer a sua influência. Este efeito é comparável ao de como duas áreas em lados opostos da Terra experimentam maré alta ao mesmo tempo, apesar de haver apenas uma Lua
Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra.
a influenciar os oceanos da Terra.
A Lua é o único satélite natural da Terra.
A faixa de estrelas arrancadas à galáxia anã COSMOS J095959+020206 é cinco vezes mais comprida e três vezes menos brilhante, em brilho de superfície, que a banda de estrelas do par de galáxias observado pelo Telescópio Espacial Hubble.
À medida que os astrónomos descobrem mais exemplos de canibalismo galáctico em acção, o nosso conhecimento da história das galáxias torna-se mais claro. Embora nenhum ser humano hoje vivo possa testemunhar o destino final deste par de galáxias agora descoberto, o mais provável é que a galáxia elíptica será capaz de terminar a refeição que começou e consumirá a sua vizinha até ao fim.
Fonte da notícia: http://www.astr.tohoku.ac.jp/%7Esasaki/thresh-E.html