Processo de formação dos asteróides simulado em laboratório
2002-02-07
Variação de materiais na superfície dos grãos de poeira da nebulosa solar com a distância ao Sol. A linha vermelha indica a distribuição da temperatura na nebulosa solar quando se formou e a linha azul apresenta a mesma informação mas para o sistema solar actual. A seta representa a história térmica do arrefecimento da nebulosa. Ver texto para mais detalhes. Crédito: Akira Kouchi et al., Astrophysical Journal.
nuvem molecular
As nuvens moleculares são nebulosas constituídas predominantemente por hidrogénio molecular.
interestelares têm uma estrutura em camadas, composta por um núcleo de silicatos, um manto interno de matéria orgânica, e um manto externo de gelo. Quando a nebulosa solarAs nuvens moleculares são nebulosas constituídas predominantemente por hidrogénio molecular.
nebulosa Solar
A nebulosa Solar é a nuvem de gás e poeira a partir da qual o nosso Sistema Solar se formou.
se formou a partir do colapso de uma nuvem molecular, os grãos de poeira da nuvem aqueceram e evaporaram parcialmente, ficando reduzidos ao núcleo e ao manto orgânico. Estes grãos de núcleo-manto foram colidindo entre si e agregando-se em estruturas cada vez maiores, dando origem a planetesimais e mais tarde, a asteróidesA nebulosa Solar é a nuvem de gás e poeira a partir da qual o nosso Sistema Solar se formou.
asteróide
Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
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Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
Investigadores da Universidade de Hokkaido, no Japão, simularam o processo de agregação dos grãos de poeira provocando colisões de partículas de composição análoga à dos grãos interestelares. Embora muitas experiências de colisões com silicatos e gelo já tenham sido efectuadas por outros grupos de investigação, é a primeira vez que se utiliza matéria orgânica.
As experiências permitiram estudar as propriedades de aderência da matéria orgânica a diferentes velocidades de colisão e num intervalo de temperatura (entre os 200 e os 300 graus Kelvin) escolhido como representativo da temperatura a que a nebulosa
nebulosa
Uma nebulosa é uma nuvem de gás e poeira interestelares.
solar se encontrava quando a cintura de asteróidesUma nebulosa é uma nuvem de gás e poeira interestelares.
Cintura de Asteróides
A Cintura de Asteróides é a região do Sistema Solar situada entre Marte (1,5 UA) e Júpiter (5,2 UA), no plano da eclíptica, onde se encontra a maior parte dos asteróides.
se formou. A velocidade de colisão é importante para o processo de agregação, pois para baixas velocidades as partículas aderem umas nas outras, enquanto que, a partir de uma determinada velocidade (que depende do material em estudo), as partículas colidem e ressaltam, cada uma para seu lado. Esta velocidade limite foi determinada para diferentes valores de temperatura, verificando-se que aumenta com o aumento de temperatura, atingindo um valor máximo perto dos 250 K, e decrescendo com temperaturas superiores. Isto indica que, por volta de 250 K, mesmo os grãos mais velozes facilmente constituem agregados e formam planetesimais.
A Cintura de Asteróides é a região do Sistema Solar situada entre Marte (1,5 UA) e Júpiter (5,2 UA), no plano da eclíptica, onde se encontra a maior parte dos asteróides.
Nas experiências análogas de colisões com silicatos e gelo, o fenómeno de agregação não foi observado, mesmo a velocidades muito baixas, várias ordens de grandeza inferiores às determinadas agora para a matéria orgânica. A diferença das propriedades de agregação destes materiais deve-se a que a temperaturas superiores a 220 K, a matéria orgânica torna-se viscosa e elástica. Estas duas propriedades fazem com que a velocidade de ressalto diminua consideravelmente, permitindo que as partículas fiquem presas mais facilmente.
A figura mostra como varia o tipo de material que cobre a superfície dos grãos da nebulosa solar durante a sua evolução até os dias de hoje e consoante a distância ao sol. Os diversos materiais são: silicatos, matéria orgânica originada na nuvem difusa (n.d), matéria orgânica originada na nuvem molecular (n.m), e gelo. Os planetas
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
MercúrioUm planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
Mercúrio
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. É o mais pequeno dos planetas rochosos, com um diâmetro cerca de 40% menor do que o da Terra.
(Me), VénusMercúrio é o planeta mais próximo do Sol. É o mais pequeno dos planetas rochosos, com um diâmetro cerca de 40% menor do que o da Terra.
Vénus
É o segundo planeta mais próximo do Sol. Em termos de dimensões e massa é muito semelhante à Terra. A sua caracteristica mais marcante é possuir uma atmosfera de CO2 muito densa e um efeito de estufa muito intenso.
(V), Terra (T), MarteÉ o segundo planeta mais próximo do Sol. Em termos de dimensões e massa é muito semelhante à Terra. A sua caracteristica mais marcante é possuir uma atmosfera de CO2 muito densa e um efeito de estufa muito intenso.
Marte
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
(Ma), JúpiterMarte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
Júpiter
Júpiter é o quinto planeta mais próximo do Sol. Com um diâmetro cerca de 11 vezes maior do que a Terra e uma massa mais de 300 vezes superior, é o maior planeta do Sistema Solar e o primeiro dos planetas gigantes gasosos.
(J), e a cintura de asteróides (A) estão representados à distância do sol a que hoje se encontram. As condições mais favoráveis à agregação dos grãos, determinadas por estas experiências, encontram-se na zona viscosa indicada na figura. Os grãos que se encontram a distâncias entre 2,6 e 3,8 unidades astronómicasJúpiter é o quinto planeta mais próximo do Sol. Com um diâmetro cerca de 11 vezes maior do que a Terra e uma massa mais de 300 vezes superior, é o maior planeta do Sistema Solar e o primeiro dos planetas gigantes gasosos.
unidade astronómica (UA)
Unidade de distância, definida como a distância média entre a Terra e o Sol, que corresponde a 149 597 870 km, ou 8,3 minutos-luz.
(UA) atravessaram esta região quando a nebulosa arrefeceu. Daqui se pode concluir que a formação de agregados de grãos e subsequentes planetesimais ocorreu mais rapidamente na cintura de asteróides do que nas regiões perto da Terra ou de Júpiter.
Unidade de distância, definida como a distância média entre a Terra e o Sol, que corresponde a 149 597 870 km, ou 8,3 minutos-luz.
Os investigadores aplicaram estes resultados experimentais à teoria de formação da cintura de asteróides, tentando explicar dois factos observacionais desta região: existe muito pouco material sólido e existem muitos corpos de pequena dimensão. Este novo modelo estabelece que, à medida que os planetesimais se formaram na região entre 2,6 e 3,8 UA, agregados com dimensões de um metro facilmente migraram para a zona mais interna do sistema solar
Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
, empobrecendo a região da cintura de asteróides de material sólido. Esta escassez de material sólido, por ter acontecido durante a formação dos planetesimais, pode explicar o facto de existir nesta região uma quantidade muito grande de pequenos corpos em relação a corpos maiores: neste cenário, a falta de material não terá permitido o crescimento dos planetesimais.
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
Fonte da notícia: artigo de Akira Kouchi et al
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
. publicado em 2002 no Astrophysical Journal, volume 566, página L121. O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.