O satélite da NASA Ice, Cloud and land Elevation Satellite (ICESat) mediu muito recentemente, com o segundo dos seus três instrumentos de LASER, as calotes polares, nuvens, montanhas e florestas na Terra. A uma velocidade de cerca de 10 000 km/h, este satélite fornece-nos dados sobre a estrutura vertical da superfície terrestre com uma precisão sem precedentes.

O primeiro conjunto de medições com LASER revelou estruturas no gelo polar com um detalhe nunca antes visto, detectou tempestades de poeira, mediu a altura de nuvens e árvores, ou ainda fumos provenientes de incêndios florestais. O objectivo central desta missão, liderada por Jay Zwally do Centro Goddard de Voo Espacial (NASA), situado em Greenbelt, no estado norte-americano de Mariland, é medir a elevação da superfície terrestre nas camadas de gelo que cobrem a Antárctida e o Árctico. Medições das variações na elevação ao longo do tempo mostrarão se as camadas geladas estão a derreter ou, pelo contrário, a crescer à medida que o clima na Terra vai evoluindo naturalmente e/ou por intervenção humana.

O instrumento Geoscience Laser Altimeter System (GLAS), a bordo do ICESat, envia curtos impulsos de luz verde e infravermelha, à razão de 40 por segundo, recolhendo a luz laser reflectida num telescópio de 1 m de diâmetro. Estas observações, que cobrem a totalidade do globo terrestre, permitem calcular a elevação da superfície terrestre, a altura das nuvens na atmosfera terrestre e a sua distribuição global, bem como a distribuição de aerossóis de fontes como tempestades de areia e fogos florestais, mediante medições precisas do tempo de retorno dos impulsos. É a primeira vez que algum satélite efectua medições da estrutura vertical da Terra usando uma fonte de luz a bordo.

A informação preciosa da altura e densidade de nuvens e aerossóis conseguida através das medições LASER permite aos cientistas determinar se a radiação solar e o calor da superfície terrestre são absorvidos ou reflectidos na atmosfera. Estas novas observações levam os cientistas a compreender melhor os mecanismos de aquecimento e arrefecimento da atmosfera terrestre e a sua relação com as alterações climáticas. Além disso, permite ainda observar o modo como a poeira, os poluentes, e a humidade do ar circulam à escala global.

Nas imagens do lado, podemos apreciar algumas das observações realizadas com ICESat. Os painéis de cima ilustram medições da espessura do gelo na Antárctida, enquanto as figuras de baixo ilustram a determinação da altura das nuvens, aerossóis, e nuvens de poeira na atmosfera terrestre.

O ICESat, o mais recente de uma série de satélites de observação terrestre da NASA, foi lançado a 12 de Janeiro de 2003, a bordo de um foguetão Boeing Delta II, a partir da base aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA). Contudo, no dia 29 de Março, depois de 36 dias de recolha de dados, o primeiro dos três instrumentos de LASER deixou de funcionar inesperadamente. A NASA deverá revelar brevemente as conclusões do relatório efectuado a esse propósito.

Fonte da notícia: http://www.gsfc.nasa.gov/topstory/2003/0920icesatfirst.html