O enriquecimento químico do Universo pelas primeiras supernovas foi extremamente eficiente
2003-10-23
Ilustração da simulação da explosão, como supernova, de uma estrela da primeira geração do Universo. As simulações mostraram que as primeiras supernovas espalharam quantidades significativas de elementos pesados, tais como o ferro, o carbono e o oxigénio, ao longo de milhares de anos-luz no espaço. Crédito: V. Bromm (CfA), N. Yoshida (NAO Japan), L. Hernquist (CfA) & C. Lafon (CfA).
elemento químico
Elemento composto por um único tipo de átomos. Os elementos químicos constituem a Tabela Periódica.
mais pesados que formam o mundo em que vivemos hoje. Aproximadamente 200 milhões de anos após o Big Bang, o Universo sofreu um dramático surto de formação de estrelasElemento composto por um único tipo de átomos. Os elementos químicos constituem a Tabela Periódica.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
. Estas primeiras estrelas, formadas a partir dos gases primordiais, eram de massaUma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
muito elevada - até 200 vezes a massa do nosso SolA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
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O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
No seu interior, as estrelas produziram elementos químicos pesados
metal
Em Astronomia, todos os elementos químicos de número atómico superior ao do hélio são designados por metais, ou por elementos pesados.
, como o carbono e o oxigénio, através de processos de nucleossíntese dos elementos químicos mais leves, o hidrogénio e o hélio - diz-se que as estrelas queimaram o seu combustível nuclear (o hidrogénio e o hélio). Por serem estrelas de massa elevada, gastaram o seu combustível muito rapidamente e viveram muito pouco tempo - as de massa mais elevada terão vivido apenas uns 3 milhões de anos. Perto do fim das suas vidas, estas estrelas ainda conseguiram queimar elementos mais pesados, como o carbono e o oxigénio, para formarem os elementos químicos até ao número atómicoEm Astronomia, todos os elementos químicos de número atómico superior ao do hélio são designados por metais, ou por elementos pesados.
número atómico
O número atómico de um elemento químico é o número total de protões no núcleo atómico. É o número atómico dum átomo que determina o elemento químico. Os números atómicos dos elementos químicos que se conhecem estão no intervalo entre 1 (hidrogénio) e 103 (laurêncio).
do ferro. Todos os elementos químicos mais pesados do que o ferro só são produzidos quando as estrelas explodem como supernovasO número atómico de um elemento químico é o número total de protões no núcleo atómico. É o número atómico dum átomo que determina o elemento químico. Os números atómicos dos elementos químicos que se conhecem estão no intervalo entre 1 (hidrogénio) e 103 (laurêncio).
supernova
Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
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Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
Recentemente, simulações em computador efectuadas pela equipa de V. Bromm (Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica, EUA) mostraram que esta primeira geração de estrelas teve a capacidade de espalhar uma quantidade incrível de elementos químicos pesados, a alta velocidade, ao longo de milhares de anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
no espaço.
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
Cada uma destas primeiras estrelas de massa elevada terá convertido cerca de metade da sua massa em elementos pesados, sendo grande parte ferro. Como resultado, cada explosão de supernova lançou para o meio interstelar
meio interestelar
O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
uma quantidade de ferro que, no caso das estrelas de massa mais elevada, pode ir até o equivalente a 100 vezes a massa do SolO meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
massa solar
Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
! E acrescente-se ainda o enriquecimento do meio interstelar com o produto das reacções que ocorreram durante a fase de supernova da estrela. Assim, com a tenra idade de 275 milhões de anos, o Universo já estava substancialmente enriquecido com metais.
Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
Este processo de enriquecimento de elementos químicos pesados foi ajudado pela estrutura do Universo jovem, onde pequenas protogaláxias, com menos de um milionésimo da massa da Via Láctea
Via Láctea
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
, estavam todas muito próximas umas das outras. A pequena dimensão e a curta distância entre estas protogaláxias permitiu que cada supernova rapidamente enriquecesse quimicamente um volume do espaço significativo.
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
As simulações realizadas por Bromm e colaboradores mostraram que as explosões de supernova mais energéticas enviaram ondas de choque
onda de choque
Uma onda de choque é uma variação brusca da pressão, temperatura e densidade de um fluído, que se desenvolve quando a velocidade de deslocação do fluído excede a velocidade de propagação do som.
que levaram os elementos químicos pesados para distâncias superiores a 3000 anos-luz! Estas ondas de choque varreram quantidades enormes de gás para o espaço intergaláctico, deixando para trás “bolhas” quentes de gás e provocando novos surtos de formação de estrelas. A segunda geração de estrelas já se formou a partir de gás enriquecido com os elementos químicos pesados da primeira geração. Sem a eficiência desta primeira grande geração de estrelas, provavelmente o nosso mundo não existiria.
Uma onda de choque é uma variação brusca da pressão, temperatura e densidade de um fluído, que se desenvolve quando a velocidade de deslocação do fluído excede a velocidade de propagação do som.
Fonte da notícia: http://cfa-www.harvard.edu/press/pr0321.html