Poeira detectada em Cassiopeia A resolve mistério da origem da poeira no Universo primitivo
2003-10-07
O remanescente de supernova Cassiopeia A observado no submilímetro pelo SCUBA revela uma camada de poeira cósmica com cerca de 12 anos-luz de diâmetro. Crédito: L. Dunne (Cardiff University) et al.
poeira interestelar
A poeira interestelar é constituído por minúsculas partículas sólidas, com diâmetros da ordem dos mícrones, existentes no meio interestelar.
consiste em pequenos grãos sólidos, essencialmente constituídos por carbono e silicatos, a flutuarem no espaço interestelar, com tamanhos semelhantes a partículas do fumo de cigarros. A sua presença à volta de estrelasA poeira interestelar é constituído por minúsculas partículas sólidas, com diâmetros da ordem dos mícrones, existentes no meio interestelar.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
jovens ajuda a formação das estrelas, e são os constituintes primários dos planetasUma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
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Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
As supernovas
supernova
Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
são explosões violentas de estrelas que terminaram a sua vida. Num curto intervalo de tempo, uma supernova liberta mais energia do que o SolUma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
produzirá ao longo de toda a sua vida de 9 mil milhões de anos. Também produzem grandes quantidades de elementos pesados, como o carbono e o oxigénio, e lançam-nos para o espaço interestelar. Visto o carbono e o oxigénio serem os principais constituintes dos grãos de poeira, suspeitava-se que as supernovas poderiam ser importantes na explicação da origem da poeira cósmica. Contudo, até agora, só pequenas quantidades de poeira tinham sido detectadas em supernovas.
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
A equipa de astrónomos liderada por L. Dunne (Universidade de Cardiff, Reino Unido) observou Cassiopeia A, um remanescente de supernova com 300 anos, a cerca de 11 000 anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
de nós. O material da explosão ainda se encontra a expandir no espaço à velocidade de 10 000 km/s, varrendo o gás e poeira interestelar que encontra.
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
Os grãos de poeira absorvem a luz visível
radiação visível
A radiação visível é a região do espectro electromagnético que os nossos olhos detectam, compreendida entre os comprimentos de onda de 350 e 700 nm (frequências entre 4,3 e 7,5x1014Hz). Os nossos olhos distinguem luz visível de frequências diferentes, desde a luz violeta (radiação com comprimentos de onda ~ 400 nm), até à luz vermelha (com comprimentos de onda ~ 700 nm), passando pelo azul, anil, verde, amarelo e laranja.
das estrelas e das galáxiasA radiação visível é a região do espectro electromagnético que os nossos olhos detectam, compreendida entre os comprimentos de onda de 350 e 700 nm (frequências entre 4,3 e 7,5x1014Hz). Os nossos olhos distinguem luz visível de frequências diferentes, desde a luz violeta (radiação com comprimentos de onda ~ 400 nm), até à luz vermelha (com comprimentos de onda ~ 700 nm), passando pelo azul, anil, verde, amarelo e laranja.
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
, e emitem de seguida em comprimentos de ondaUm vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
comprimento de onda
Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
maiores: no infravermelho longínquoDesigna-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
infravermelho longínquo
Região do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 40 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros ou fenómenos com temperaturas entre 10 e 140 graus Kelvin.
e no submilímetro (em comprimentos de onda entre 0,1 e 1 mm). Para detectar a radiaçãoRegião do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 40 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros ou fenómenos com temperaturas entre 10 e 140 graus Kelvin.
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
a estes comprimentos de onda, a equipa utilizou a câmara de submilímetro SCUBA, acoplada ao Telescópio James Clark Maxwell (JCMT), no Observatório de Mauna Kea (Havai). O JCMT é o maior telescópio de submilímetro com um único prato, de 15 metros de diâmetro, e é operado pelo consórcio Joint Astronomy Centre entre o Conselho de Investigação em Física de Partículas e Astronomia do Reino Unido (PPARC), o Conselho Nacional de Investigação do Canadá e a Organização para a Investigação Científica da Holanda.
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
O SCUBA detectou uma camada de poeira fria em Cassiopeia A, com uma massa
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
total entre 1 e 4 vezes a massa do SolA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
massa solar
Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
. Isto é milhares de vezes superior ao que até agora se tinha detectado, indicando que Cassiopeia A deve ter sido extremamente eficiente a criar poeira a partir dos elementos produzidos por ela.
Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
Há décadas que os astrónomos procuram poeira cósmica em remanescentes de supernova, mas até agora só era possível detectar poeira quente, que existe em quantidades menores. Com o SCUBA, puderam detectar poeira fria, a uma temperatura de –257°C.
Nos últimos anos, o SCUBA também tem detectado galáxias muito distantes, a mais de 10 mil milhões de anos-luz, cheias de poeira. A luz destas galáxias demorou tanto tempo a chegar até nós que vemo-las como eram quando o Universo tinha apenas mil milhões de anos, ou seja, menos de um décimo da idade actual.
A origem desta poeira primitiva era, até agora, um mistério. A teoria que considerava que a poeira cósmica tinha origem nos ventos estelares de estrelas gigantes
estrela gigante
Uma estrela gigante é uma estrela que terminou o processo de fusão de hidrogénio no seu núcleo e, por isso, arrefeceu e expandiu-se. As estrelas gigantes são o estado evoluído das estrelas anãs. Terminada a fusão de hidrogénio em hélio no núcleo, pode ocorrer um dos seguintes processos, ou os dois: a fusão de hidrogénio em hélio numa camada à volta do núcleo, ou a fusão de hélio em carbono e oxigénio no núcleo. As estrelas gigantes são muito luminosas: num diagrama Hertzsprung-Russell, o ramo das estrelas gigantes é mais luminoso do que a sequência principal. Exemplo de estrelas gigantes próximas de nós: Aldebarã, Arturus e Capela.
e frias não servia, pois uma estrela como o Sol, para chegar a esse estágio da sua vida, demora cerca de nove mil milhões de anos, não podendo ser responsável pela poeira existente no primeiro milhar de milhão de anos do Universo.
Uma estrela gigante é uma estrela que terminou o processo de fusão de hidrogénio no seu núcleo e, por isso, arrefeceu e expandiu-se. As estrelas gigantes são o estado evoluído das estrelas anãs. Terminada a fusão de hidrogénio em hélio no núcleo, pode ocorrer um dos seguintes processos, ou os dois: a fusão de hidrogénio em hélio numa camada à volta do núcleo, ou a fusão de hélio em carbono e oxigénio no núcleo. As estrelas gigantes são muito luminosas: num diagrama Hertzsprung-Russell, o ramo das estrelas gigantes é mais luminoso do que a sequência principal. Exemplo de estrelas gigantes próximas de nós: Aldebarã, Arturus e Capela.
Mas um certo tipo de supernovas, as classificadas como supernovas do tipo II, resultam da explosão de estrelas de massa elevada (pelo menos 8 vezes superior à massa do Sol). Estas estrelas vivem muito depressa, esgotando o seu combustível de hidrogénio e hélio em poucos milhões de anos. Por exemplo, o remanescente de supernova Cassiopeia A resultou da explosão de uma estrela que tinha cerca de 30 vezes a massa do Sol. A verificação de que estas supernovas, que explodem em poucos milhões de anos, são produtoras eficientes de poeira em quantidades significativas permite indiciá-las como responsáveis pela poeira no Universo jovem. As observações realizadas com o SCUBA resolvem assim o mistério de como as primeiras partículas sólidas no Universo se formaram.
Fonte da notícia: http://www.pparc.ac.uk/Nw/Press/smoking_supernovae.asp