GALEX observa centenas de galáxias no ultravioleta

2003-08-05

A famosa galáxia activa Centauro A vista pelo GALEX no ultravioleta (cores verde e azul) e pelo telescópio espacial Chandra (NASA), nos raios-X (a vermelho). Crédito: NASA/JPL/Caltech.
O telescópio espacial Galaxy Evolution Explorer (GALEX), da NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
, obteve recentemente, entre 7 e 23 de Junho de 2003, imagens no ultravioleta
ultravioleta
O ultravioleta á a banda do espectro electromagnético que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanómetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre.
de centenas de galáxias
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
. Dado que a radiação
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
ultravioleta é dominada por estrelas
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
quentes e jovens, estas imagens revelam a actividade de formação estelar não só nas galáxias vizinhas, mas também em galáxias muito distantes com surtos ou episódios de formação de estrelas, conhecidas por galáxias starburst.

Na imagem ao lado, obtida em 7 de Junho de 2003, podemos apreciar a famosa galáxia activa
galáxia activa
Uma galáxia diz-se activa quando emite quantidades excepcionalmente elevadas de energia. São exemplo de galáxias activas as galáxias Seyfert, as radiogaláxias, os quasares e as galáxias com surtos de formação de estrelas (starburst galaxies).
Centauro A vista no ultravioleta. Esta galáxia encontra-se a 30 milhões de anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
, está orientada de perfil para nós, e nela pode ver-se uma proeminente faixa de poeira ao longo do seu eixo maior
eixo maior
O eixo maior é o maior dos dois eixos de uma elipse.
. Nesta imagem, a radiação do ultravioleta próximo está representada a verde, enquanto que a radiação ultravioleta longínqua (de maior comprimento de onda
comprimento de onda
Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
que a anterior) está representada a azul. Esta galáxia exibe igualmente jactos de alta energia, que podemos observar em raios-X
raios-X
A radiação X é a radiação electromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X tambêm são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.
e aqui estão representados a vermelho.

Várias regiões de emissão de ultravioleta podem ser vistas nesta imagem de Centauro A, nos locais onde os jactos de partículas de alta energia intersectam as nuvens de hidrogénio (no canto superior esquerdo da imagem). Esta emissão ultravioleta pode ser o resultado da formação recente de estrelas provocada pela compressão do gás pelos jactos.

O telescópio espacial GALEX foi lançado em 28 de Abril de 2003 e o seu principal objectivo é mapear o céu no ultravioleta de modo a determinar a história do processo de formação de estrelas no Universo, à escala galáctica, ao longo dos últimos 10 mil milhões de anos. Através deste estudo, os cientistas, liderados por Christopher Martin (Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena), esperam também obter informação muito valiosa sobre como se formam e evoluem as galáxias.

As imagens obtidas por este satélite estão disponíveis na rede e podem ser descarregadas nos sítios:

http://www.galex.caltech.edu ou http://photojournal.jpl.nasa.gov/mission/galex.

Esta missão, que conta com a colaboração da França e da Coreia do Sul, tem uma duração prevista de cerca de 28 meses e é parte integrante do programa Explorers da NASA.

Fonte da notícia: http://www.jpl.nasa.gov/releases/2003/104.cfm