Estrelas ricas em metais tendem a ter planetas
2003-08-01
Visão artística de planetas extrasolares e do seu sol. Ao fundo, e em baixo, pode ver-se o centro da Via Láctea. Crédito: NASA e G. Bacon (STScI).
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
próximas parecidas com o SolUma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
- umas com e outras sem planetasO Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
- mostrou de um modo definitivo que quanto mais ferro e outros metaisUm planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
metal
Em Astronomia, todos os elementos químicos de número atómico superior ao do hélio são designados por metais, ou por elementos pesados.
existirem na atmodfera da estrela, maior é a probabilidade de que tenha um planeta.
Em Astronomia, todos os elementos químicos de número atómico superior ao do hélio são designados por metais, ou por elementos pesados.
Os astrónomos têm vindo a dizer que apenas 5% das estrelas têm planetas. Agora sabe-se que se as estrelas abundantes em metais pesados têm uma probabilidade 5 vezes maior de albergar planetas. O ferro e outros elementos mais pesados que o hélio - genericamente designados pelos astrónomos como metais - são criados pelas reacções de fusão nuclear
fusão nuclear
A fusão nuclear é o processo pelo qual as reacções nucleares entre núcleos atómicos leves formam núcleos atómicos mais pesados (até ao elemento ferro). No caso em que os núcleos pertencem a elementos com número atómico pequeno, este processo liberta grandes quantidades de energia. A energia libertada corresponde a uma perda de massa, de acordo com a famosa equação E=mc2 de Einstein. As estrelas geram a sua energia através da fusão nuclear.
que ocorrem no interior das estrelas e são espalhados pelo meio interestelarA fusão nuclear é o processo pelo qual as reacções nucleares entre núcleos atómicos leves formam núcleos atómicos mais pesados (até ao elemento ferro). No caso em que os núcleos pertencem a elementos com número atómico pequeno, este processo liberta grandes quantidades de energia. A energia libertada corresponde a uma perda de massa, de acordo com a famosa equação E=mc2 de Einstein. As estrelas geram a sua energia através da fusão nuclear.
meio interestelar
O meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
através das espectaculares explosões de supernovaO meio interestelar é constituído por toda a matéria existente no espaço entre as estrelas. Cerca de 99% da matéria interestelar é composta por gás, sendo os restantes 1% dominados pela poeira. A massa total do gás e da poeira do meio interestelar é cerca de 15% da massa total da matéria observável da nossa galáxia, a Via Láctea. A matéria do meio interestelar existe em diferentes regimes de densidade e temperatura, como por exemplo as nuvens moleculares (frias e densas) ou o gás ionizado (quente e ténue).
supernova
Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
. Assim, enquanto que nas primeiras fases da história da Via LácteaUma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
Via Láctea
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
os metais eram extremamente raros, com o tempo, cada geração sucessiva de estrelas tornou-se cada vez mais rica nesses elementos, aumentando a possibilidade de formar planetas.
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
A relação entre a "metalicidade" - uma medida da abundância do ferro nas camadas exteriores de uma estrela - e a frequência
frequência
Num fenómeno periódico, a frequência é o número de ciclos por unidade de tempo.
de planetas já tinha sido sugerida pelos astrónomos Guillermo Gonzalez e Nuno Santos baseados em poucas dúzias de estrelas com planetas. Mas o novo estudo realizado por Debra Fischer e Jeff Valenti, da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), foi o primeiro a utilizar uma amostra estatisticamente significativa composta por 61 estrelas com planetas e 693 estrelas sem planetas.
Num fenómeno periódico, a frequência é o número de ciclos por unidade de tempo.
Os dados mostram que estrelas como o Sol, cuja metalicidade
abundância de metais
A abundância de metais de um dado objecto celeste é a abundância química de todos os seus elementos, excepto o hidrogénio e o hélio. Para os astrónomos, todos os elementos com número atómico superior ao do hélio são considerados metais.
é típica das estrelas da nossa vizinhança têm uma probabilidade entre 5 e 10% de albergar planetas. Estrelas 3 vezes mais abundantes em metais têm uma probabilidade de 20% de ter planetas, enquanto que para estrelas com 1/3 do conteúdo de metais a probabilidade é de 3%. Nenhuma das 29 estrelas mais pobres em metais (com uma abundância menor que 1/3) tinha planetas. Estes dados sugerem que existe um patamar de metalicidade a partir do qual as estrelas podem começar a ter planetas.
A abundância de metais de um dado objecto celeste é a abundância química de todos os seus elementos, excepto o hidrogénio e o hélio. Para os astrónomos, todos os elementos com número atómico superior ao do hélio são considerados metais.
Para determinar os conteúdos em metais, Fischer e Valenti analisaram 1600 espectros de mais de 1000 estrelas antes de reduzir a amostra para 754 estrelas que foram observadas para ter a certeza se tinham ou não planetas.
Dos vários metais existentes nas superfícies estelares, o estudo incidiu sobre cinco - ferro, níquel, titânio, silício e sódio. Após quatro anos de análise foi possível agrupar as estrelas de acordo com o seu conteúdo de metais e determinar a probabilidade de que certas composições favorecessem a presença de planetas. No caso do ferro, as estrelas foram classificadas relativamente à abundância do Sol, que é de 0.0032%.
Estes dados sugerem que as estrelas ricas em metais desenvolvem sistemas planetários à medida que se formam. Os dados são consistentes com a hipótese de que os elementos pesados se aglomeram mais facilmente, permitindo que poeiras, rochas e eventualmente núcleos de planetas se formem. Uma vez que o disco de gás e poeira que rodeia a estrela, e a própria estrela, têm a mesma composição, a composição metálica das estrelas reflecte a abundância de materiais disponíveis no disco para produzir planetas.
Fonte da notícia: http://www.berkeley.edu/news/media/releases/2003/07/21_stars.shtml