Meteorito responsável pela extinção em massa ocorrida há 380 milhões de anos
2003-07-07
Estas fotografias mostram os grãos de quartzo que o grupo recuperou da cratera do meteorito Reis, na Alemanha (à esquerda), e da camada do período Devónico em Marrocos (à direita). As deformações planares que se observam nestes grãos são típicas daquelas produzidas por impactos de meteoritos. Crédito: B. Ellwood et al.
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
com um impacto de um meteoritoA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
meteorito
Um meteorito é um corpo sólido que entra na atmosfera da Terra (ou de outro planeta), sendo suficientemente grande para não ser totalmente destruído pela fricção com as partículas da atmosfera, e assim atingir o solo. Os meteoritos dividem-se em três categorias, segundo a sua composição: aerolitos (rochosos), sideritos (ferro) e siderolitos (ferro e rochas).
. A extinção aconteceu há 380 milhões de anos, a meio do período Devónico. Nessa altura, a Terra era habitada apenas por pequenas plantas, insectos sem asas e aranhas, encontrando-se tudo o resto no mar. Cerca de 40% de todas as espécies desapareceram do registo fóssil dessa altura.
Um meteorito é um corpo sólido que entra na atmosfera da Terra (ou de outro planeta), sendo suficientemente grande para não ser totalmente destruído pela fricção com as partículas da atmosfera, e assim atingir o solo. Os meteoritos dividem-se em três categorias, segundo a sua composição: aerolitos (rochosos), sideritos (ferro) e siderolitos (ferro e rochas).
Faz tempo que os geólogos conhecem esta extinção em massa, mas foi a primeira vez que foi relacionada com um impacto de meteorito. Ellwood e os seus colaboradores examinaram amostras de rochas duma região do planalto árido do deserto Anti Atlas, perto de Rissani (Marrocos). Numa camada de rocha com 380 milhões de anos, encontraram grãos de quartzo com riscas microscópicas, formadas pelo impacto. Também descobriram esferas e cristais microscópicos que podem ter resultado da rocha ter derretido quando o meteorito lhe embateu. Para reforçar a teoria, detectaram níveis elevados de elementos como o níquel, o crómio e o cobalto, elementos normalmente associados a meteoritos. Tanto acima como abaixo desta camada, não encontraram estes elementos. Todos estes resultados levam a crer tratar-se de uma camada de impacto. Fosseis encontrados em camadas da rocha imediatamente acima da camada de impacto do Devónico sugerem que muitas espécies novas apareceram depois do evento de extinção.
Uma das grandes dificuldades em determinar se uma extinção aconteceu a nível global, ou se foi um evento local causado por um vulcão ou outra força da natureza, é identificar o mesmo estrato da crosta terrestre em locais diferentes do globo. Encontrar uma camada de rocha em Portugal, por exemplo, e identificar a mesma camada na Austrália, não é fácil. Os estratos da crosta terrestre encontram-se expostos a condições distintas nas diferentes partes do mundo. O clima, modificações súbitas da crosta, erupções vulcânicas, tremores de terra e inundações, todos confundem o registo geológico, tornando-o incompleto e aberto a diferentes interpretações.
O que torna o trabalho de Ellwood único é o método a que recorre para identificar os estratos diferentes no registo geológico: o magnetismo induzido. Ellwood procura as assinaturas magnéticas nas amostras geológicas, pois a assinatura magnética de uma camada na terra é a mesma em qualquer parte do mundo. Estas assinaturas também ajudam a identificar impactos de meteoritos, pois o padrão associado a uma camada de impacto é distinto, o que facilita a sua identificação no meio de uma sequência de estratos.
O facto das camadas em estudo poderem ser extremamente finas também não ajuda. Neste estudo, a camada relevante tinha a espessura do bico de uma caneta de feltro e só se distinguia do solo à sua volta pela sua cor avermelhada.
Os últimos 550 milhões de anos encontram-se divididos pelos geólogos em cerca de 90 estádios. Cada estádio diferencia-se do outro por uma alteração no registo fóssil. Até agora, só quatro destes estádios mostram fortes indícios de impactos de meteoritos. A descoberta de Ellwood é o impacto mais antigo que se conhece. O mais recente, e melhor conhecido, ocorreu há 65 milhões de anos e acredita-se que possa estar relacionado com a extinção dos dinossauros. Desde então, houve cinco extinções em massa de grande envergadura e muitas outras menores.
Fonte da notícia:
http://appl003.lsu.edu/unv002.nsf/428e24aaf151f09186256abe00720a50/fe4ed1a5901f7ba086256d42006edcaf?OpenDocument