Chuva intensa de meteoritos ocorreu na Terra há 500 milhões de anos

2003-05-29

Visão artística de um asteróide. Crédito: David A. Hardy.
Usando meteoritos
meteorito
Um meteorito é um corpo sólido que entra na atmosfera da Terra (ou de outro planeta), sendo suficientemente grande para não ser totalmente destruído pela fricção com as partículas da atmosfera, e assim atingir o solo. Os meteoritos dividem-se em três categorias, segundo a sua composição: aerolitos (rochosos), sideritos (ferro) e siderolitos (ferro e rochas).
fossilizados e amostras de pedra calcária obtidas no sul da Suécia, geólogos marinhos da Universidade de Rice (EUA) descobriram que uma colisão colossal de objectos na cintura de asteróides
Cintura de Asteróides
A Cintura de Asteróides é a região do Sistema Solar situada entre Marte (1,5 UA) e Júpiter (5,2 UA), no plano da eclíptica, onde se encontra a maior parte dos asteróides.
, há cerca de 500 milhões de anos, poderá ter provocado uma chuva intensa de meteoritos na Terra.

Esta pesquisa, liderada por B. Schmitz, baseia-se numa análise de pequenos meteoritos intactos fossilizados e de amostras de pedra calcária. A pedra calcária, formada há 480 milhões de anos a partir de sedimentos no fundo do mar, num processo que terá durado cerca de 2 milhões de anos, selou meteoritos intactos, bem como os minerais de meteoritos que se desintegraram na queda, em autênticas cápsulas do tempo litográficas.

A queda de meteoritos na Terra é hoje relativamente uniforme. Este estudo vem agora mostrar que, na época em que as amostras de pedra calcária analisadas se formaram, a actividade meteorítica era 100 vezes maior. Cerca de 20% dos meteoritos que caiem presentemente na Terra são remanescentes de um asteróide
asteróide
Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
muito grande, que os astrónomos designam por “condrito L parental”. Este asteróide ter-se-á desintegrado há cerca de 500 milhões de anos, na sequência daquilo que os cientistas julgam ter sido a maior colisão ocorrida na história recente do nosso sistema solar
Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
.

Schmitz e os seus colaboradores procuraram uma forma extraterrestre única da cromite (que é um mineral), que apenas existe em meteoritos resultantes da desintegração do condrito L parental, e descobriram que todos os meteoritos fossilizados intactos que analisaram parecem ser provenientes do condrito L parental. Além disso, nas cinco amostras de pedra calcária (obtidas em 5 locais diferentes, alguns dos quais distam 500 km entre si) , as concentrações de grãos de cromite são comparáveis, indicando que a actividade meteorítica, na sequência da desintegração do asteróide parental, se desenvolveu ao mesmo ritmo nos 5 locais.

Meteoritos fossilizados embebidos em rocha estratificada são extremamente raros, e por isso difíceis de encontrar. Apenas 55 meteoritos deste tipo foram até hoje extraídos, e desses, 50 foram descobertos por esta equipa de cientistas. Futuras recolhas de amostras estão previstas em locais promissores na China e na América do Sul.

Este projecto de investigação foi financiado pela National Geographic Society (EUA) e pelo Conselho de Investigação da Suécia.

Fonte da notícia: http://riceinfo.rice.edu/projects/reno/Newsrel/2003/20030508_meteorite.shtml