Hubble observa a nebulosa M 17

2003-05-01

Pequena região de M 17 vista pelo telescópio espacial Hubble. A imagem, obtida com a câmara WFPC2, cobre uma extensão de cerca de 3 anos-luz. Crédito: NASA, ESA, e J. Hester (ASU).
Fazendo lembrar um mar em fúria, esta imagem mostra na verdade um oceano de bolsas de hidrogénio gasoso, juntamente com pequenas quantidades de outros elementos como o oxigénio e o enxofre, emitindo luz, por entre grandes quantidades de poeira cósmica
poeira interestelar
A poeira interestelar é constituído por minúsculas partículas sólidas, com diâmetros da ordem dos mícrones, existentes no meio interestelar.
.

Esta imagem, obtida pelo telescópio espacial Hubble
Hubble Space Telescope (HST)
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
(NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
/ESA
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
), mostra uma pequena região dentro da nebulosa
nebulosa
Uma nebulosa é uma nuvem de gás e poeira interestelares.
M 17, uma região de intensa actividade de formação de estrelas
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
. M 17, também conhecida como a Nebulosa do Cisne, encontra-se a 5500 anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
, na constelação
constelação
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
do Sagitário. Esta imagem, que foi obtida entre 29 e 30 de Maio de 1999, foi agora divulgada pela NASA como forma de comemoração do décimo terceiro aniversário do lançamento do Hubble (o satélite foi lançado a 24 de Abril de 1990).

Os padrões ondulados do gás interestelar
gás interestelar
O gás interestelar é constituído pelos átomos, moléculas e iões de elementos, ou substâncias, gasosas presentes no meio interestelar.
são esculpidos e iluminados por uma torrente de radiação
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
ultravioleta
ultravioleta
O ultravioleta á a banda do espectro electromagnético que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanómetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre.
emitida por estrelas jovens de massa
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
elevada, que não são visíveis nesta imagem por se encontrarem à esquerda e por cima da região observada. O brilho
brilho
O brilho de um astro refere-se à quantidade de luz que dele provém, ou seja, a quantidade de energia por ele emitida por unidade de área por unidade de tempo. Dado que o brilho observado, ou medido, depende da distância ao objecto, distingue-se o brilho aparente (quando medido a uma determinada distância), do brilho intrínseco (conceptualmente medido na supefície do próprio astro).
destas formas onduladas acentua a estrutura tridimensional do gás. A radiação ultravioleta escava e aquece a superfície exposta das nuvens frias de hidrogénio molecular. Estas superfícies, ao serem aquecidas, vão sendo evaporadas, devido ao calor
calor
O calor é energia em trânsito entre dois corpos ou sistemas.
e pressão que sobre elas se exerce, formando aquilo que parece um véu de gás quente (a verde na imagem). A pressão nas cristas das ondas que estão expostas à intensa radiação pode vir a provocar futuros episódios de formação estelar.

O campo desta imagem, obtida com a câmara WFPC2, cobre uma extensão de cerca de 3 anos-luz. As cores indicam gases interestelares diferentes: enxofre (a vermelho), hidrogénio (verde), e oxigénio (azul).

Fonte da notícia: http://www.hubblesite.org/newscenter/archive/2003/13/image/a