Luz verde para a primeira sonda a ser enviada até Plutão!

2003-04-21

Ilustração da sonda Novos Horizontes (NASA) a caminho de Plutão e da cintura de Kuiper. Crédito: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute.
A NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
deu luz verde para o envio da primeira sonda a Plutão
Plutão
Plutão é, na maior parte do tempo, o nono e último planeta do Sistema Solar a contar do Sol, mas devido à sua órbita excêntrica, durante algum tempo aproxima-se mais do Sol do que Neptuno. É um planeta singular em muitos aspectos: é o mais pequeno (cerca de 1/500 o diâmetro da Terra), tem uma composição muito rica em gelos, possui a órbita mais excêntrica e inclinada em relação à eclíptica, e tem, tal como Úrano, o seu eixo de rotação muito inclinado (122º) em relação à eclíptica.
e à cintura de Kuiper
Cintura de Kuiper
A Cintura de Kuiper é uma região em forma de disco, localizada depois de Neptuno, entre 30 e 50 UA do Sol. É constituída por muitos pequenos corpos gelados, restos da formação do Sistema Solar, e é a fonte dos cometas de curto-período. O primeiro objecto da Cintura de Kuiper, 1992QB1, com 240 km de diâmetro, só foi descoberto em 1992, mas desde então já se conhecem centenas de objectos da Cintura de Kuiper (KBO, do inglês Kuiper Belt Object). Há astrónomos que consideram Plutão, e a sua lua Caronte, objectos da Cintura de Kuiper.
. A missão entra assim em fase de desenvolvimento pleno, tarefa que estará a cargo do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (EUA) e seus parceiros.

A sonda, baptizada com o nome Novos Horizontes, tem o lançamento previsto para Janeiro de 2006. Depois de fazer uma passagem de gravidade assistida por Júpiter
Júpiter
Júpiter é o quinto planeta mais próximo do Sol. Com um diâmetro cerca de 11 vezes maior do que a Terra e uma massa mais de 300 vezes superior, é o maior planeta do Sistema Solar e o primeiro dos planetas gigantes gasosos.
, aproveitando para efectuar alguns estudos científicos naquele planeta
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
, a sonda chegará a Plutão e Caronte em 2015. Esta data depende do lançador que a NASA escolher para o lançamento da sonda, um fogetão Boeing Delta 4 ou o Lockheed Martin Atlas 5, o que deverá acontecer este verão.

Depois de um encontro de cerca de 6 meses com Plutão e Caronte, durante o qual se espera que a sonda consiga caracterizar a sua geologia e geomorfologia, mapear a sua superfície em termos da composição e temperatura, e examinar a atmosfera
atmosfera
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
complexa de Plutão, a sonda segue o seu caminho em direcção ao coração da cintura de Kuiper para estudar um ou mais mundos gelados nesta vasta região, a mais de mil milhões de quilómetros para além da órbita
órbita
A órbita de um corpo em movimento é a trajectória que o corpo percorre no espaço.
de Neptuno
Neptuno
Neptuno é, a maior parte do tempo, o oitavo planeta do Sistema Solar a contar do Sol, mas por vezes é o nono, quando Plutão, na sua órbita excêntrica, se aproxima mais do Sol. Neptuno, de cor azulada devido à presença de metano na sua atmosfera, possui uma atmosfera onde ocorrem tempestades e ventos violentos. Com um diâmetro cerca de 4 vezes o da Terra, Neptuno é o menor e mais longíquo dos planetas gigantes gasosos.
.

A missão é gerida, para a NASA, pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que também ficou responsável pela concepção e operação da sonda Novos Horizontes. A sonda começa a ser montada este mês, tendo já arrancado o processo de construção dos seus instrumentos científicos. A sonda deverá ser alimentada por um gerador termoeléctrico de radioisótopo
radioisótopo
Isótopo instável, natural ou criado artificialmente, cujo núcleo decai emitindo partículas (alfa ou beta) ou radiação (gama), até se transformar num núcleo estável, não radioactivo, de outro elemento químico.
com capacidade de fornecer 200 Watts de energia eléctrica. Se tudo correr como previsto, a fase de integração da sonda deverá ter início em Maio de 2004.

Fonte da notícia: http://www.jhuapl.edu/newscenter/pressreleases/2003/030409.htm