Zona isolada de formação estelar descoberta no espaço intergaláctico
2003-03-10
A imagem de cima mostra a localização da região HII compacta. Na imagem vê-se a galáxia NGC 4388, uma galáxia espiral activa. Esta imagem foi construída usando dados de banda estreita da transição H-alfa do hidrogénio e [OIII] do oxigénio, e dados de banda larga na banda V de Johnson. A estrutura rosa é devida a gás ionizado pela radiação proveniente do núcleo da galáxia NGC 4388. As linhas verticais devem-se à saturação do detector nas zonas onde os objectos são muito brilhantes. Abaixo: Imagem tomada na banda H-alfa, correspondente a uma ampliação da região marcada na imagem de cima. Nesta imagem pode ver-se a região HII compacta (círculo azul à esquerda) e uma nebulosa planetária (círculo amarelo e vermelho em cima), ambos pertencentes ao espaço intergaláctico. Os outros dois objectos (círculos vermelhos) são candidatos a nebulosas planetárias, que serão observados espectroscopicamente para averiguar a sua verdadeira natureza. Crédito: National Astronomical Observatory of Japan & ESO.
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
, o enxame da VirgemO ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
Enxame da Virgem
O Enxame da Virgem é o enxame de galáxias mais próximo da Via Láctea, a uma distância de aproximadamente 50 milhões de anos-luz. Trata-se de um enxame irregular, ligeiramente elíptico, que contém mais de 2000 galáxias, sendo que as mais brilhantes estão ao alcance dos telescópios amadores. O Enxame da Virgem é o centro do Superenxame Local.
é o aglomerado de galáxiasO Enxame da Virgem é o enxame de galáxias mais próximo da Via Láctea, a uma distância de aproximadamente 50 milhões de anos-luz. Trata-se de um enxame irregular, ligeiramente elíptico, que contém mais de 2000 galáxias, sendo que as mais brilhantes estão ao alcance dos telescópios amadores. O Enxame da Virgem é o centro do Superenxame Local.
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
mais próximo de nós. Está localizado na constelaçãoUm vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
constelação
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
do mesmo nome (Virgem) e é um conjunto denso com centenas de galáxias. O espaço intergaláctico no enxame da Virgem está banhado por gás quente que emite raios-XDesigna-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
raios-X
A radiação X é a radiação electromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X tambêm são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.
e, tal como ficou confirmado recentemente, por uma população de estrelasA radiação X é a radiação electromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X tambêm são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
dispersas.
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
Até agora, tinha-se observado que as estrelas se formam nas partes mais luminosas das galáxias. As estrelas jovens de maior massa
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
são frequentemente detectadas, indirectamente, pela forte emissão dos seus casulos de gás quente, que são aquecidos pela intensa radiaçãoA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
estelar emitida. Estas regiões HII (assim designadas devido ao seu conteúdo rico em hidrogénio ionizadoA radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
ionização
Processo pelo qual um átomo (ou molécula) electricamente neutro ganha ou perde um ou mais electrões, transformando-se num ião.
) podem ser muito brilhantes, e frequentemente traçam os belíssimos braços espiraisProcesso pelo qual um átomo (ou molécula) electricamente neutro ganha ou perde um ou mais electrões, transformando-se num ião.
braço espiral
Um braço espiral de uma galáxia é uma estrutura curva no disco de uma galáxia espiral (ou, em alguns casos, de uma galáxia irregular), constituída por estrelas jovens, aglomerados de estrelas, nebulosas, gás e poeiras.
vistos em galáxias espirais como a nossa Via LácteaUm braço espiral de uma galáxia é uma estrutura curva no disco de uma galáxia espiral (ou, em alguns casos, de uma galáxia irregular), constituída por estrelas jovens, aglomerados de estrelas, nebulosas, gás e poeiras.
Via Láctea
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
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A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
Novas observações realizadas com os telescópios SUBARU, do Observatório Astronómico Nacional do Japão (em Mauna Kea, no Havai) e VLT
Very Large Telescope (VLT)
O Very Large Telescope é um observatório operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e localizado no Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no Chile. O VLT é composto por 4 telescópios de 8,2 m de diâmetro que podem trabalhar simultaneamente, constituindo um interferómetro óptico, ou independentemente.
(ESOO Very Large Telescope é um observatório operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e localizado no Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no Chile. O VLT é composto por 4 telescópios de 8,2 m de diâmetro que podem trabalhar simultaneamente, constituindo um interferómetro óptico, ou independentemente.
European Southern Observatory (ESO)
O Observatório Europeu do Sul é uma organização europeia de Astronomia para o estudo do céu austral fundada em 1962. Conta actualmente com a participação de 10 países europeus e ainda do Chile. Portugal tornou-se membro do ESO em 1 de Janeiro de 2001, no seguimento de um acordo de cooperação que durou cerca de 10 anos.
) mostram agora que as estrelas de grande massa também se podem formar isoladamente, longe das partes mais luminosas das galáxias. Com efeito, estas observações levaram à descoberta de uma região HII compacta na fronteira entre o halo exterior de uma galáxia do enxame da Virgem e o espaço intergaláctico deste enxame. Esta nuvem é iluminada e aquecida por algumas estrelas quentes e de grande massa. A massa total estimada para as estrelas imersas na nuvem é de somente umas centenas de vezes a massa do sol.
O Observatório Europeu do Sul é uma organização europeia de Astronomia para o estudo do céu austral fundada em 1962. Conta actualmente com a participação de 10 países europeus e ainda do Chile. Portugal tornou-se membro do ESO em 1 de Janeiro de 2001, no seguimento de um acordo de cooperação que durou cerca de 10 anos.
Actualmente, um objecto como este é raro. No entanto, objectos deste tipo podem ter sido mais frequentes no passado, tendo dado origem a uma fracção da população estelar interaglomerado observada em aglomerados de galáxias
enxame de galáxias
Um enxame, ou aglomerado, de galáxias é um conjunto de galáxias gravitacionalmente ligadas. A Via Láctea pertence ao aglomerado chamado Grupo Local de galáxias. O enxame de galáxias mais próximo de nós é o Enxame da Virgem.
. As estrelas de grande massa existentes nestas regiões HII isoladas terminarão as suas curtas vidas explodindo como supernovasUm enxame, ou aglomerado, de galáxias é um conjunto de galáxias gravitacionalmente ligadas. A Via Láctea pertence ao aglomerado chamado Grupo Local de galáxias. O enxame de galáxias mais próximo de nós é o Enxame da Virgem.
supernova
Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
e enriquecerão o meio interaglomerado com elementos pesados.
Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
Observações de outras duas galáxias do enxame da Virgem, Messier 86 e Messier 84, indicam a presença de outras regiões HII isoladas, sugerindo que a formação estelar isolada pode dar-se em galáxias de uma forma geral, incluindo a nossa Via Láctea. Se assim for, este processo pode constituir uma explicação natural para aquelas estrelas jovens que sabemos existirem no halo da Via Láctea, longe das nuvens de formação estelar existentes no disco.
Fonte: http://www.naoj.org/Latestnews/200301/S02B-032/index_e.html