Uma pequena galáxia nasceu
2003-01-10
POX 186 observada pelo Hubble. A forma distorcida e o número de estrelas jovens indicam a sua juventude. Crédito: NASA & M. Corbin (CSC/STScI).
Hubble Space Telescope (HST)
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
(ESAO Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
/NASAA Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
) mostram uma galáxiaEntidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
a florescer tardiamente. Um pequeno sistema distorcido de gás e estrelasUm vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
parece ainda estar no processo de desenvolvimento, apesar da maioria dos seus primos galácticos terem começado a formar-se há milhares de milhões de anos.
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
A juventude da galáxia é inferida pelo número de estrelas recém-nascidas e pela sua disformidade. A galáxia, de nome POX 186, formou-se com a colisão de duas pequenas condensações de gás que provocou a formação de estrelas, há 100 milhões de anos - um evento relativamente recente tendo em conta que a idade do universo é de 13 mil milhões de anos. No entanto, a maioria das grandes galáxias como a nossa Via Láctea
Via Láctea
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
formaram a maior parte das suas estrelas há milhares de milhões de anos.
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
As imagens que o Hubble obteve de POX 186 sustentam as teorias que afirmam que todas as galáxias se formam através da agregação de pequenos blocos de construção de gás e estrelas. Estes pequenos blocos ter-se-ão formado pouco depois do Big Bang, o evento que criou o Universo.
Os astrónomos Michael Corbin (Instituto para a Ciência do Telescópio Espacial, EUA) e William Vacca (Instituto Max-Planck para a Física Extraterrestre, Alemanha) utilizaram a câmara WFPC2 do Hubble para estudar POX 186 e publicaram o seu trabalho na revista da especialidade Astrophysical Journal em Dezembro de 2002. Os seus resultados foram uma surpresa, pois não esperavam encontrar galáxias no universo vizinho ainda no processo de formação. POX 186 encontra-se a apenas 68 milhões de anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
, o que significa que está relativamente perto de nós no espaço e no tempo, e poderá estar a dar-nos uma visão dos estágios iniciais do processo de formação de galáxias.
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
POX 186 é um membro da classe de galáxias chamadas anãs azuis compactas devido ao seu pequeno tamanho e colecção de estrelas quentes azuis. O termo POX vem do francês prisme objectif, ou seja, objectiva de prisma, objecto que os astrónomos colocam à frente do telescópio para fotografar o espectro de todos os objectos no campo de visão. POX 186 foi descoberta há 20 anos mas, por ser tão pequena, os telescópios na Terra não conseguiram resolver os pequenos detalhes da sua estrutura. As imagens obtidas agora pelo Hubble conseguem revelar a estrutura complexa da galáxia que mede apenas 900 anos-luz de diâmetro e contém somente 10 milhões de estrelas. Compare-se com a Via Láctea, que mede cerca de 100 000 anos-luz e contém mais de 100 000 milhões de estrelas!
Porque se atrasou POX 186 relativamente às suas primas galácticas maiores? Corbin e Vacca descobriram que o jovem sistema localiza-se numa região do espaço relativamente vazia, onde as galáxias vizinhas se encontram a cerca de 30 milhões de anos-luz. As duas condensações de gás e estrelas que se estão a fundir para formar POX 186 terão demorado mais tempo a aproximarem-se gravitacionalmente do que condensações semelhantes em zonas mais densas do espaço. Os dados do Hubble não revelam as idades das estrelas de POX 186, mas estes astrofísicos suspeitam que as mais velhas terão mil milhões de anos, sendo muito jovens na escala de tempo cósmica.
Este estudo vem reforçar a teoria recente de "diminuição", que propõe que as galáxias de menor massa
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
no universo são as últimas a formarem-se. Em claro contraste com POX 186, as galáxias de maior massa no universo, conhecidas como gigantes elípticas, têm geralmente estruturas esféricas com poucas ou nenhumas estrelas jovens, indicando que se formaram há milhares de milhões de anos. Para observar a formação de estrelas em galáxias de tão grande massa, os astrónomos esperam um dos sucessores do Hubble, o James Webb Space Telescope, desenhado, em parte, para estudar objectos pouco brilhantes, cuja luz os deixou há cerca de 13 mil milhões de anos.
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
Corbin e Vacca admitem que uma galáxia não é evidência suficiente para demonstrar a teoria de que a formação de galáxias é um processo que ocorre presentemente. Por isso, propõem-se utilizar o Hubble para estudar mais 9 galáxias anãs azuis compactas à procura de evidências de formação recente semelhantes a POX 186.
Fonte da notícia: http://hubblesite.org/newscenter/archive/2002/16/text