Investigadores do Caltech descobriram provas teóricas da existência de um novo planeta gasoso gigante e muito distante à espreita muito para lá de Plutão, nos confins do Sistema Solar. O novo planeta proposto recebe o nome de Planeta Nove e é enorme.

Segundo Mike Brown, do Caltech, que se tornou famoso durante o debate sobre o status planetário de Plutão, o hipotético planeta terá uma massa de cerca de 10 vezes a da Terra e será gasoso, como Urano e Neptuno. As novas provas foram anunciadas a 20 de janeiro, por Mike Brown e por outro investigador do Caltech, Konstantin Batygin. O estudo de Mike Brown e Konstantin Batygin vem publicado na última edição da revista Astronomical Journal, com o título: "Evidências de um planeta gigante distante no Sistema Solar".

O novo planeta gigante orbita o Sol a uma distância cerca de 20 vezes superior à de Neptuno, nos longínquos confins da Cintura de Kuiper. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 4,5 mil milhões de quilómetros.

Há décadas que os astrónomos procuram o "Planeta X", um grande planeta que a teoria coloca para lá da órbita de Plutão. A órbita excêntrica de Plutão varia entre 4,4 e 7,4 mil milhões de quilómetros.

Segundo a este estudo, o hipotético “Planeta Nove” descreve um percurso muito alongado, levando entre 10.000 a 20.000 anos a completar uma órbita em torno do Sol.

"Seria um verdadeiro nono planeta", disse Brown, Professor de Astronomia Planetária. "Houve apenas dois verdadeiros planetas descobertos desde a antiguidade, e este seria o terceiro. Representa um pedaço muito substancial do nosso sistema solar que ainda está por descobrir, o que é muito emocionante."

Até agora, não há nenhuma confirmação da existência real do planeta. A sua existência é apenas prevista por simulações de computador e modelos matemáticos complexos.

No artigo da revista Astronomical Journal, Batygin e Brown mostram como o Planeta Nove ajuda a explicar uma série de características misteriosas do campo de objetos gelados e detritos, para lá de Neptuno, conhecido como Cintura de Kuiper.

"Embora inicialmente estivéssemos bastante céticos em relação à possibilidade de existir este planeta, à medida que continuámos a investigar a sua órbita e o que ela representaria para o Sistema Solar exterior, fomos ficando cada vez mais convencidos de que ele está lá," disse Batygin, que é professor assistente de Ciência Planetária. "Pela primeira vez em mais de 150 anos, há provas sólidas de que o cadastro planetário do Sistema Solar está incompleto."

Numa entrevista anterior à Universe Today, Alan Stern (investigador principal da New Horizons, da NASA, missão que realizou a primeira aproximação a Plutão, a 14 de julho de 2015), disse acreditar que um planeta com pelo menos o tamanho de Marte espreita em algum lugar distante da Cintura de Kuiper.

Entretanto, Batygin e Brown estão à caça do Planeta Nove e encorajam outros a procurá-lo também. Como só sabem que o objeto tem uma órbita irregular, continuam a aperfeiçoar a simulação para melhor determinarem a sua localização e ser possível apontar os telescópios de um modo mais proveitoso ao longo da órbita.

"Gostaria de o descobrir", disse Brown. "Mas também ficaria muito feliz se outra pessoa o descobrisse. É por isso que publicámos o artigo. Esperamos inspirar outras pessoas para começarem a procurar."

Jim Green, Diretor de Ciências Planetárias da NASA, comentou: "A ideia de um novo planeta é certamente emocionante para todos nós. O artigo está a estimular um debate saudável que faz parte do processo científico. Não se trata da deteção de um planeta. É muito cedo para dizermos com certeza que existe um Planeta X. Trata-se de uma previsão antecipada com base em observações limitadas. Isto estimula as ideias. Agora vamos explorar!"

Fonte da notícia: http://www.universetoday.com/126969/astronomers-find-theoretical-evidence-for-distant-giant-planet-in-our-solar-system/