Marte perdeu atmosfera devido a fortes ventos solares
2015-11-09
Impressão artística de uma tempestade solar a atingir Marte e a retirar iões da atmosfera superior do planeta. Crédito: NASA/GSFC.
Marte
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
Atmosphere and Volatile Evolution), da NASAMarte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
, identificou o processo que parece ter desempenhado um papel fundamental na alteração do clima marciano, que passou de um ambiente ameno e húmido, que pode ter albergado vida à superfície, para o frio e árido Marte que conhecemos hoje.
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
Os dados da MAVEN permitiram aos investigadores determinar a taxa a que atmosfera
atmosfera
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
marciana está atualmente a perder gás para o espaço devido ao vento solar1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
vento solar
O vento solar é um vento contínuo de plasma quente que tem origem na coroa solar e preenche o espaço interplanetário do Sistema Solar. A 1 UA do Sol (ou seja, à distância da Terra ao Sol), a velocidade do vento solar é de cerca de 450 km/s e a densidade é aproximadamente 7 protões/cm3. O vento solar confina o campo magnético da Terra e é responsável por fenómenos como tempestades geomagnéticas e auroras. O Sol ejecta cerca de 10-13 da sua massa por ano via vento solar.
. Os resultados revelam que a erosão da atmosfera de Marte aumenta significativamente durante as tempestades solares. Os resultados científicos da missão surgem nas edições de 5 de novembro das revistas Science e Geophysical Research Letters.
O vento solar é um vento contínuo de plasma quente que tem origem na coroa solar e preenche o espaço interplanetário do Sistema Solar. A 1 UA do Sol (ou seja, à distância da Terra ao Sol), a velocidade do vento solar é de cerca de 450 km/s e a densidade é aproximadamente 7 protões/cm3. O vento solar confina o campo magnético da Terra e é responsável por fenómenos como tempestades geomagnéticas e auroras. O Sol ejecta cerca de 10-13 da sua massa por ano via vento solar.
"Marte parece ter tido uma atmosfera suficientemente espessa e quente para poder ter água líquida, que é um ingrediente e um meio fundamental para a vida tal como a conhecemos," afirmou John Grunsfeld, astronauta e administrador associado do Diretorado de Missões Científicas da NASA, em Washington. "Perceber o que aconteceu à atmosfera de Marte irá ampliar os nossos conhecimentos sobre a dinâmica e evolução de qualquer atmosfera planetária. É importante compreendermos o que pode provocar alterações no ambiente de um planeta
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
de tal modo que este não possa mais albergar microrganismos à superfície, e esta é uma questão fulcral que está a ser tida em conta para a expedição da NASA a Marte."
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
As medições da MAVEN indicam que o vento solar afasta gás a uma velocidade que equivale a cerca de 100 gramas por segundo. "Tal como roubar todos os dias algumas moedas de uma caixa registadora, a perda torna-se considerável ao longo do tempo" disse Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado, em Boulder, investigador principal da MAVEN. "Vimos que a erosão atmosférica aumenta significativamente durante as tempestades solares, pelo que pensamos que a taxa de perda de atmosfera terá sido muito maior há milhares de milhões de anos, quando o Sol
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
era jovem e mais ativo."
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
Além disso, em março de 2015, uma série de tempestades solares dramáticas atingiram a atmosfera de Marte, e a MAVEN descobriu que a perda de atmosfera foi acelerada. A combinação, no passado, de taxas de perda mais elevadas com tempestades solares de maior dimensão sugere que a perda de atmosfera para o espaço terá sido um processo preponderante na alteração do clima marciano.
O vento solar é um fluxo de partículas, sobretudo protões
protão
Partícula que, juntamente com o neutrão, constitui os núcleos atómicos. Todos os átomos têm pelo menos um protão e é o número de protões que determina o elemento químico do átomo. Os protões têm carga eléctrica positiva. Os protões são formados por três quarks (dois u e um d), são bariões (e hadrões), e o seu spin é um número semi-inteiro.
e eletrões, que sai da coroa solarPartícula que, juntamente com o neutrão, constitui os núcleos atómicos. Todos os átomos têm pelo menos um protão e é o número de protões que determina o elemento químico do átomo. Os protões têm carga eléctrica positiva. Os protões são formados por três quarks (dois u e um d), são bariões (e hadrões), e o seu spin é um número semi-inteiro.
coroa solar
A coroa solar é a região mais exterior da atmosfera do Sol, imediatamente acima da cromosfera. É composta por gás pouco denso, a uma temperatura acima de um milhão de graus (1-2x106 K). Este gás estende-se por milhares de quilómetros acima da superfície solar e pode ser observado na luz visível durante os eclipses solares, ou com o auxílio de aparelhos especiais, os coronógrafos.
a uma velocidade de cerca de 1,6 milhões de quilómetros por hora. O campo magnéticoA coroa solar é a região mais exterior da atmosfera do Sol, imediatamente acima da cromosfera. É composta por gás pouco denso, a uma temperatura acima de um milhão de graus (1-2x106 K). Este gás estende-se por milhares de quilómetros acima da superfície solar e pode ser observado na luz visível durante os eclipses solares, ou com o auxílio de aparelhos especiais, os coronógrafos.
campo magnético
O campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
transportado pelo vento solar, ao passar por Marte, pode gerar um campo elétrico. Este campo elétrico acelera os iõesO campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
ião
Átomo ou molécula que perdeu ou ganhou um ou mais electrões.
de gás na atmosfera superior de Marte e lança-os para o espaço.
Átomo ou molécula que perdeu ou ganhou um ou mais electrões.
A missão MAVEN tem estudado o modo como o vento solar e a radiação
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
ultravioletaA radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
ultravioleta
O ultravioleta á a banda do espectro electromagnético que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanómetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre.
retiram gás das altas camadas da atmosfera do planeta. Os novos resultados indicam que a perda acontece em três regiões diferentes: na "cauda" inferior, onde o vento solar flui atrás de Marte, acima dos polos marcianos numa "pluma polar", e numa grande nuvem de gás que rodeia Marte. A equipa determinou que quase 75% dos iões que escapam vêm da região da cauda, 25% vêm da região da pluma e apenas uma pequena parte vem da grande nuvem.
O ultravioleta á a banda do espectro electromagnético que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanómetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre.
Em velhas regiões de Marte existem sinais de água abundante - por exemplo, características que se assemelham a vales lavrados por rios e depósitos de minerais que só se formam na presença de água líquida. Estas características levaram os cientistas a pensar que, há milhares de milhões de anos, a atmosfera de Marte era muito mais densa e suficientemente quente para formar rios, lagos e talvez até oceanos de água líquida.
Recentemente, com a ajuda da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), da NASA, os investigadores observaram o aparecimento sazonal de sais hidratados, indicando água líquida salgada em Marte. No entanto, a atual atmosfera de Marte é demasiado fria e fina para que o planeta possa conter água líquida durante muito tempo à superfície.
"A erosão devida ao vento solar é um mecanismo importante para a perda de atmosfera, e foi suficientemente importante para causar alterações significativas no clima marciano," disse Joe Greboswsky, do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, e cientista do projeto MAVEN. "A missão MAVEN também está a estudar outros processos de perda - como a perda devida ao impacto de iões ou ao escape de átomos
átomo
O átomo é a menor partícula de um dado elemento que tem as propriedades químicas que caracterizam esse mesmo elemento. Os átomos são formados por electrões à volta de um núcleo constituído por protões e neutrões.
de hidrogénio – que irão aumentar a relevância do escape atmosférico."
O átomo é a menor partícula de um dado elemento que tem as propriedades químicas que caracterizam esse mesmo elemento. Os átomos são formados por electrões à volta de um núcleo constituído por protões e neutrões.
O objetivo da missão MAVEN, lançada em novembro de 2013, é determinar que quantidade da atmosfera e da água do planeta se perdeu para o espaço. É a primeira missão destinada a compreende de que forma o Sol pode ter influenciado as alterações atmosféricas no Planeta Vermelho. A MAVEN está a operar em Marte há pouco mais de um ano e terminará a sua principal missão no dia 16 de novembro.
Vídeo:
Criado usando dados da missão MAVEN, o vídeo seguinte mostra como o vento solar lança para o espaço iões da atmosfera superior de Marte:
https://youtu.be/gX5JCYBZpcg
Crédito: NASA-GSFC/CU Boulder LSPA/University of Iowa
Fonte da notícia: http://www.nasa.gov/press-release/nasa-mission-reveals-speed-of-solar-wind-stripping-martian-atmosphere