AVISO
Imagem do Dia
NGC 7023 - Nebulosa da Íris
Ditos
"Tente não se tornar num homem de sucesso mas sim num homem de valor."- Albert Einstein
eX-o-planeta
2016-09-01
2.Set.- 8.Set.2016 (Portugal)
Recentemente, fez notícia a descoberta de um Objeto Transneptuniano, o qual gira no sentido oposto em torno do Sol ao invés de tudo o resto (planetas, asteroides, cometas etc.). Esta irregularidade fez alguns astrónomos pensarem, com razão, que tal comportamento se possa dever à influência gravitacional de um planeta bem grande ainda por descobrir, muito, mas mesmo muito, para além de Neptuno. O elusivo planeta X.
Antigamente, quando ainda se contava com Plutão como planeta, o X era muitas vezes interpretado como o numeral romano, o décimo planeta por descobrir. Mas, na verdade, X sempre significou incógnita, como uma variável numa fórmula matemática. Este pequeno engano deve ser a razão pela qual algumas das ditas notícias referem ter sido o objeto encontrado afetado pelo planeta IX. A numeração dos planetas nunca foi em notação romana, somente acontece com os quatro satélites naturais de Júpiter.
Outra notícia e descoberta recente é a do potencial planeta extrassolar que gira em torno de Próxima Centauri, a pequena estrela mais próxima de nós a seguir ao Sol. A distância à sua estrela é adequada para poder suportar água no estado líquido, o que torna este planeta seriamente interessante.
Aparentemente, o objeto tem tamanho e massa semelhantes aos da Terra e, perante os dados orbitais, teria de ser rochoso. Ainda não se sabe se existe atmosfera no planeta no qual um ano demora 11 dias dos nossos, mas logo que o soubermos, também saberemos algo sobre a sua constituição.
Água líquida num planeta rochoso, uma atmosfera, juntando mais uns ingredientes e uma pitada de sal para dar gosto são, segundo o paradigma corrente, condições suficientes para criar vida – mesmo se for apenas uma maldita mancha de bolor por detrás do armário. Porém, os mais variados ensaios dessa receita em ambientes hermeticamente fechados falharam, até à data, a produção do mais pequeno micróbio.
A vizinhança do Sol está apetrechada de planetas. Formou-se por isso a ideia de criar uma imagem que reunisse uma parte dos 3501 planetas extrassolares descobertos até hoje (30 de Agosto de 2016). Porém, uma pequena busca na internet demonstrou que esta ideia não seria já nada original. Daí, reproduz-se aqui esta panóplia planetária colorida. Para representar todos os exoplanetas conhecidos, a imagem teria de ser pelo menos 20 vezes maior.
Crédito: M.Vargic
Temos de admitir que o interesse que o público em geral ainda tem nesta matéria dos exoplanetas se relaciona com a tal esperada notícia da descoberta de vida algures por aí, ou de um planeta que suporte a presença de terráqueos com vontade de emigrar.
A geração espontânea de vida, ou seja, a noção da vida despontar da matéria inanimada é um excelente propulsor para esta busca de exoplanetas. Defender esta noção também é uma excelente forma de entrar na lista negra de uma data de religiões.
Resumido, a procura de X está ao rubro. X para um enigmático planeta no Sistema Solar, X para um planeta extrassolar capaz de dar abrigo aos que virão bem depois de nós e X para o tal micróbio ou ser que vive alegremente em qualquer lado, menos aqui na Terra. E estas nem são as únicas incógnitas que há na astronomia e nos seus derivados.
Não será este um bom motivo para escolher a via científica e os astros para profissão? As estrelas nunca caducam, não mudam de partido ou opinião, não desaparecem sem aviso e sempre há mais coisas por descobrir, quer sejam previstas ou não.
Para fechar.. esta semana, nem a Lua consegue produzir um registo de mudança de fase na lista de fenómenos. Céu em repouso? Claro que não, apenas não há nada de efémero previsível a acontecer nas próximas 2 semanas que dê para ver a olho nu ou com binóculo. Obviamente, isto é uma questão de critérios de filtragem.
Fenómenos da semana
Para olho ver? Nenhum!
Contacto para as crónicas sobre a atualidade celeste: ceu@astronomia.pt
Recentemente, fez notícia a descoberta de um Objeto Transneptuniano, o qual gira no sentido oposto em torno do Sol ao invés de tudo o resto (planetas, asteroides, cometas etc.). Esta irregularidade fez alguns astrónomos pensarem, com razão, que tal comportamento se possa dever à influência gravitacional de um planeta bem grande ainda por descobrir, muito, mas mesmo muito, para além de Neptuno. O elusivo planeta X.
Antigamente, quando ainda se contava com Plutão como planeta, o X era muitas vezes interpretado como o numeral romano, o décimo planeta por descobrir. Mas, na verdade, X sempre significou incógnita, como uma variável numa fórmula matemática. Este pequeno engano deve ser a razão pela qual algumas das ditas notícias referem ter sido o objeto encontrado afetado pelo planeta IX. A numeração dos planetas nunca foi em notação romana, somente acontece com os quatro satélites naturais de Júpiter.
Outra notícia e descoberta recente é a do potencial planeta extrassolar que gira em torno de Próxima Centauri, a pequena estrela mais próxima de nós a seguir ao Sol. A distância à sua estrela é adequada para poder suportar água no estado líquido, o que torna este planeta seriamente interessante.
Aparentemente, o objeto tem tamanho e massa semelhantes aos da Terra e, perante os dados orbitais, teria de ser rochoso. Ainda não se sabe se existe atmosfera no planeta no qual um ano demora 11 dias dos nossos, mas logo que o soubermos, também saberemos algo sobre a sua constituição.
Água líquida num planeta rochoso, uma atmosfera, juntando mais uns ingredientes e uma pitada de sal para dar gosto são, segundo o paradigma corrente, condições suficientes para criar vida – mesmo se for apenas uma maldita mancha de bolor por detrás do armário. Porém, os mais variados ensaios dessa receita em ambientes hermeticamente fechados falharam, até à data, a produção do mais pequeno micróbio.
A vizinhança do Sol está apetrechada de planetas. Formou-se por isso a ideia de criar uma imagem que reunisse uma parte dos 3501 planetas extrassolares descobertos até hoje (30 de Agosto de 2016). Porém, uma pequena busca na internet demonstrou que esta ideia não seria já nada original. Daí, reproduz-se aqui esta panóplia planetária colorida. Para representar todos os exoplanetas conhecidos, a imagem teria de ser pelo menos 20 vezes maior.
Crédito: M.Vargic
Temos de admitir que o interesse que o público em geral ainda tem nesta matéria dos exoplanetas se relaciona com a tal esperada notícia da descoberta de vida algures por aí, ou de um planeta que suporte a presença de terráqueos com vontade de emigrar.
A geração espontânea de vida, ou seja, a noção da vida despontar da matéria inanimada é um excelente propulsor para esta busca de exoplanetas. Defender esta noção também é uma excelente forma de entrar na lista negra de uma data de religiões.
Resumido, a procura de X está ao rubro. X para um enigmático planeta no Sistema Solar, X para um planeta extrassolar capaz de dar abrigo aos que virão bem depois de nós e X para o tal micróbio ou ser que vive alegremente em qualquer lado, menos aqui na Terra. E estas nem são as únicas incógnitas que há na astronomia e nos seus derivados.
Não será este um bom motivo para escolher a via científica e os astros para profissão? As estrelas nunca caducam, não mudam de partido ou opinião, não desaparecem sem aviso e sempre há mais coisas por descobrir, quer sejam previstas ou não.
Para fechar.. esta semana, nem a Lua consegue produzir um registo de mudança de fase na lista de fenómenos. Céu em repouso? Claro que não, apenas não há nada de efémero previsível a acontecer nas próximas 2 semanas que dê para ver a olho nu ou com binóculo. Obviamente, isto é uma questão de critérios de filtragem.
Fenómenos da semana
Para olho ver? Nenhum!
Contacto para as crónicas sobre a atualidade celeste: ceu@astronomia.pt