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Ditos

"Não se pode comprovar uma teoria, apenas se pode demonstrar que está errada. Uma teoria passa a científica expondo-se a si própria à possibilidade de ser refutada. "
- Karl Popper


Ronaldo Mourão entre nós

2005-11-22
No sábado 5 de Novembro o auditório do Centro Ambiental de Ponta do Sal, em S. Pedro do Estoril, foi pequeno para conter os interessados em ouvir um orador brasileiro falar sobre Júlio Verne e a inspiração que esse autor francês foi para muitos cientistas e inventores do século XX.


Palestra de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão dedicada a Júlio Verne, dia 5 de Novembro na Ponta do Sal, Cascais, Portugal.
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, assim é o nome completo do palestrante, é um astrónomo que investigou estrelas duplas, asteróides e cometas, matérias sobre que publicou uma centena de artigos científicos. Dedicou-se depois à história da astronomia e escreveu mais de 60 livros de divulgação. Alguns deles, tais como O Céu dos Navegantes (Cascais, Pergaminho, 2000), o Dicionário das Descobertas (Pergaminho, 2001) e A Astronomia em Camões (Rio de Janeiro, Lacerda Ed., 1998), debruçam-se sobre a história e a ciência em Portugal. Outros dedicam-se à divulgação da astronomia moderna, tais como Marte: Da Imaginação à Realidade (Rio, Francisco Alves, 1988). Outros ainda explicam a Teoria da Relatividade, como o interessantíssimo Visitas de Einstein ao Rio de Janeiro (Sobral, UVA, 2005). O seu trabalho mais conhecido, no entanto, é o monumental Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, cuja segunda edição alcança as 961 páginas cheias de informação em letra miúda, a três colunas por página (Rio, Nova Fronteira, 1995).

Para muitos de nós, Ronaldo Mourão é uma lenda viva da astronomia, pois crescemos a ler os seus livros e trabalhos. Foi pois com alguma emoção que acolhemos a oportunidade que o NUCLIO nos ofereceu para o ouvir. A palestra excedeu as nossas expectativas. Durante mais de uma hora, falou sobre Verne, mostrando sempre factos interessantes e desconhecidos do público. Manteve depois um diálogo animado com os presentes. Ficámos a saber mais sobre o escritor francês e a admirar ainda mais a sua imaginação. Apesar de parecer um escritor pouco profundo, apesar da simplicidade com que desenvolve as suas tramas e apresenta os ambientes e diálogos, Verne não é um escritor superficial, como nos mostrou Ronaldo Mourão. A simplicidade é uma virtude, como ficámos mais uma vez a ver pela familiaridade com que Ronaldo Mourão conduziu a palestra.

Esperemos que o nosso amigo regresse. Surpreende-nos sempre pela variedade dos temas que aborda. Sempre com humor. Sempre com informações novas e interessantes. Sempre instrutivo.