Missão



Diagrama do satélite INTEGRAL. Crédito: ESA.
Os raios gama são um tipo de radiação ainda mais energética do que os raios X utilizados nas radiografias em medicina, no entanto não é possível estudar radiação gama proveniente do espaço através de instrumentos instalados na superfície terrestre. Para detectar este tipo de radiação é necessário enviar o instrumento acima da atmosfera terrestre, nomeadamente para altitudes superiores a 30 km - 99% da atmosfera fica abaixo dessa altitude - onde os raios gama ainda não sofrem a absorção da atmosfera. De modo a ultrapassar estas condicionantes inerentes à detecção de raios gama, os instrumentos projectados para efectuar um estudo contínuo deste tipo de radiação deverão ser telescópios espaciais lançados para órbitas estáveis bem para lá da atmosfera terrestre. Esse é o caso do telescópio INTEGRAL.

Até aos nossos dias, o telescópio INTEGRAL da Agência Espacial Europeia é o melhor telescópio espacial de raios gama jamais construído pelo homem. O lançamento da missão INTEGRAL ocorreu a 17 de Outubro de 2002 a bordo de um foguete russo Proton. O satélite INTEGRAL é constituído por quatro instrumentos. Os dois instrumentos principais são um espectrómetro, o SPI (SPectrometer on INTEGRAL), e uma câmara de raios gama, a IBIS (Imager on-Board INTEGRAL Satellite). Estes são acompanhados por dois instrumentos auxiliares: um monitor óptico e um monitor de raios X. Os dois instrumentos principais cobrem uma gama de energias que vai desde os 15 keV até aos 10 MeV.

As excelentes capacidades técnicas dos instrumentos que constituem esta missão permitem obter imagens e espectros de fontes celestes de radiação com um detalhe bastante superior a todos os outros projectos anteriores projectados para estudar raios gama. Assim, o INTEGRAL é o observatório de raios gama mais sensível jamais lançado pelo homem. Deste modo, será possível detectar radiação produzida pelos fenómenos mais violentos e distantes e a radiação emitida pelos processos que moldaram o Universo como o conhecemos hoje.

O projecto INTEGRAL é um verdadeiro projecto internacional que engloba todos os países membros da ESA e ainda os EUA, a Rússia, a República Checa e a Polónia. A empresa italiana Alenio Spazio foi a responsável pelo projecto do satélite. Os quatro instrumentos a bordo do satélite foram projectados por grupos de investigação italianos, franceses, alemães, dinamarqueses e espanhóis. O satélite foi lançado pelo foguetão russo Proton. A trajectória do INTEGRAL é constantemente seguida por estações terrestres da ESA e da NASA. O comando e o controlo da missão são operados no ESOC (European Space Operations Centre) na Alemanha. Os planos de observação do satélite são elaborados na Holanda e a recepção e armazenamento dos dados científicos da missão são feitos na Suiça.

Depois de um ano de calibração de instrumentos, onde se mediu o nível radiação de fundo para depois subtrair aos resultados das observações dos objectos celestes, o INTEGRAL começou finalmente a enviar as primeiras imagens.

Órbita

O INTEGRAL encontra-se numa órbita acima dos 40 000 km de altitude, para lá da cintura de radiação de Van Allen que envolve a Terra de modo a evitar interferências nas observações.

Características do Satélite INTEGRAL

O INTEGRAL tem cerca de 5 metros de altura e pesa cerca 4 toneladas. O satélite é constituído por dois módulos. O módulo de serviço contêm os subsistemas de apoio. O módulo científico contêm todos os instrumentos destinados às observações e à identificação dos diferentes corpos e fenómenos a observar. Este módulo é mantido pelo módulo de serviço.